"O TIAR jamais será aplicado à Venezuela, nunca, jamais. É inaplicável, porque estamos no século XXI de soberania, de paz, de independência, de um mundo multipolar", disse Nicolás Maduro.
Numa conferência de imprensa em Caracas, capital do país, o chefe de Estado frisou que a situação "é uma vergonha".
"Poderão reunir-se para perder tempo, a ruminar veneno, a vomitar ódio (..), mas esse TIAR jamais será aplicado à Venezuela", garantiu.
Nicolás Maduro referiu-se ainda à reunião entre o seu homólogo norte-americano Donald Trump e governantes de vários países da América Latina, que teve lugar em Nova Iorque, na semana passada, em paralelo à última Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).
"Eu chamaria a reunião da vergonha e do nojo. Parecia que Donald Trump era um capo da magia latino-americana e a seu lado estavam as marionetas e cães fraldiqueiros", disse.
Segundo Nicolás Maduro, os participantes na reunião "fracassaram" nos seus objetivos contra a Venezuela.
O Presidente venezuelano referiu-se, também, aos exercícios militares "Soberania e Paz 2019", que decorreram entre 10 e 28 de setembro em várias regiões do país, principalmente nos estados fronteiriços com a vizinha Colômbia.
"Não aceitamos nem aceitaremos nenhum grupo militar armado, colombiano, em território venezuelano. É uma ordem que dei às Forças Armadas Bolivarianas", disse.
O Tratado Interamericano de Assistência Recíproca ou Tratado do Rio é um pacto de defesa mútua interamericano assinado em 02 de setembro de 1947 no Rio de Janeiro (Brasil) e que entrou em vigor em 12 de março de 1948.
O Governo venezuelano retirou o país do TIAR em junho de 2012, mas em finais de abril último o parlamento da Venezuela, liderado pelo opositor Juan Guaidó, aprovou iniciar um processo de adesão, decisão que o executivo do Presidente Nicolás Maduro não reconhece
Em 11 de setembro, no decurso de uma reunião da Organização do Estados Americanos, a Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Estados Unidos, Guatemala, Haiti, Honduras, Paraguai, República Dominicana, El Salvador e o representante da oposição venezuelana votaram pela ativação do órgão de consulta do TIAR.
Washington explicou ter invocado o TIAR, que prevê uma assistência mútua em caso de ataque militar, em resposta às manobras militares ordenadas ao longo da fronteira com a Colômbia pelo Presidente venezuelano, que acusa este país vizinho de procurar "desencadear um conflito".
A semana passada, o Uruguai anunciou que vai iniciar o processo para sair oficialmente do TIAR, por abrir a possibilidade de uma intervenção armada na Venezuela.