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Exumados restos mortais de ex-presidente brasileiro João Goulart

Os restos mortais do ex-presidente brasileiro João Goulart, que morreu no exílio durante a ditadura militar, foram exumados, esta quarta-feira, para determinar se foi envenenado.

Exumados restos mortais de ex-presidente brasileiro João Goulart
Notícias ao Minuto

06:09 - 14/11/13 por Lusa

Mundo Ditadura

A exumação, que durou mais de 13 horas, foi coordenada por peritos brasileiros, numa operação em que participaram especialistas de Cuba indicados pela família de João Goulart, assim como da Argentina e do Uruguai, países em que viveu exilado.

O ex-presidente brasileiro morreu a 06 de dezembro de 1976, na cidade argentina de Mercedes, vítima de ataque cardíaco, segundo a versão oficial, e o corpo foi enterrado na sua terra natal, São Borja, no sul do Brasil, sem que tenha sido realizada autópsia.

Uma versão que foi desmentida há cinco anos por um agente dos serviços de informações do Uruguai, segundo o qual o ex-presidente brasileiro terá sido envenenado, cujo depoimento motivou o pedido de exumação por parte da família de João Goulart.

De acordo com a suspeita levantada, João Goulart, que esteve no poder entre 1961 e 1964, poderá ter sido envenenado como parte da chamada Operação Condor, um movimento conjunto das ditaduras sul-americanas, que tinha como intenção prender opositores de esquerda e dissidentes.

As conclusões da investigação serão submetidas à ministra dos Direitos Humanos brasileira, Maria do Rosário, e à Comissão da Verdade, grupo formado em 2011 para investigar os crimes cometidos durante a ditadura no Brasil.

"A exumação é um momento crucial e simbolicamente muito importante para o povo brasileiro", disse o ministro da Justiça brasileiro, José Eduardo Cardozo, que assistiu ao ato.

Os restos mortais de João Goulart vão ser recebidos, esta quinta-feira, em Brasília, com honras próprias de um chefe de Estado, numa cerimónia que deverá ser liderada pela Presidente brasileira, Dilma Rousseff, e presenciada pelos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, José Sarney e Fernando Collor.

Para os familiares de Goulart, a exumação e a homenagem permitem resgatar o legado político do ex-presidente conhecido popularmente por Jango.

"Finalmente, poderemos ver as honras de chefe de Estado que lhe foram negadas", afirmou Christopher Goulart, um dos seus netos, citado pela agência Efe.

Para João Vicente Goulart, filho do antigo presidente, "a grande vítima do golpe militar foi a Constituição brasileira". Mas agora "demos o primeiro grande passo para contar uma história omitida durante anos", acrescentou.

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