MH17: Famílias de vítimas do voo abatido assinalam cinco anos de tragédia
As famílias das vítimas do acidente do voo MH17, abatido em 2014 sobre a Ucrânia, vão reunir-se hoje para assinalar o quinto aniversário do desastre e voltar a exigir justiça.
© Reuters
Mundo MH17
O avião que caiu, um Boeing da Malaysia Airlines, viajava de Amesterdão em direção a Kuala Lumpur quando foi atingido por um míssil numa zona de conflito armado entre a Rússia e a Ucrânia, provocando a morte de 283 passageiros, entre os quais 196 holandeses, e de 15 tripulantes.
A cerimónia decorrerá na Holanda e na Malásia, menos de um mês depois de os investigadores internacionais terem anunciado que três russos e um ucraniano começarão a ser julgado em março do próximo ano.
As famílias das vítimas da Holanda vão reunir-se no local onde, em 2017, foi erigido um monumento dedicado às vítimas, a poucos quilómetros do aeroporto de Amsterdão-Schiphol, de onde partiu o Boeing.
Localizado no Parque Vijhuizen, o monumento é composto por 298 árvores, uma por cada vítima, e por girassóis cultivados a partir de sementes recolhidas nos campos ucranianos onde os destroços do avião foram encontrados.
"Neste lugar único de tristeza, ler os nomes de todas as vítimas é essencial", disse uma associação de vítimas, em comunicado.
O primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, falará na cerimónia, que também incluirá cânticos e música.
Em Kuala Lumpur, a cerimónia será composta pela observação de um minuto de silêncio, na presença de parentes de malaios que estavam a bordo.
"Estamos reconhecidos pelo apoio internacional aos nossos esforços conjuntos com os países do JIT (equipa internacional de investigação) para alcançar justiça e vamos continuar" a investigação, prometeu hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros da Holanda, Stef Blok, numa mensagem publicada no Twitter.
"A destruição do MH17 é uma página negra da nossa história recente e nunca esqueceremos as 298 vítimas inocentes", acrescentou.
Os investigadores internacionais, liderados pela Holanda, determinaram que o voo MH17 foi abatido por um míssil de fabrico soviético, disparado por uma bateria móvel trazida da Rússia.
Em maio de 2018, anunciaram que o míssil teve origem na 53.ª brigada antiaérea russa, em Kursk, no Sudoeste da Rússia.
Estas revelações levaram a Holanda e a Austrália (38 das vítimas eram australianas) a culpar abertamente a Rússia pela morte de concidadãos seus, acusações que foram, de imediato, rejeitadas por Moscovo, remetendo a culpa para Kiev.
Hoje, a Rússia voltou a negar ter qualquer responsabilidade no desastre do voo MH17 e solicitou uma "análise imparcial" de todos os dados.
"Pedimos à JIT que se concentre na sua principal tarefa: fazer uma análise imparcial de todos os dados à sua disposição para determinar as verdadeiras causas do que aconteceu e procurar os verdadeiros culpados", disse o ministério russo dos Negócios estrangeiros em comunicado.
De acordo com o ministério, a tragédia do avião "tornou-se um instrumento de jogos políticos sujos" para acusar a Rússia.
Os investigadores internacionais anunciaram ainda ter identificado quatro suspeitos -- três russos e um ucraniano -, que serão julgados por homicídio na Holanda.
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