"Acordamos continuar a trabalhar no interesse de uma solução líbia", afirmou o chefe da diplomacia russa numa conferência de imprensa no âmbito do quinto fórum de cooperação russo-árabe, em Moscovo.
Lavrov explicou que a Rússia e os 14 ministros dos Negócios Estrangeiros de países árabes que participaram no encontro expressaram o seu apoio ao plano de reconciliação que o representante especial da ONU para a Líbia, Ghassan Salamé promove desde 2017 para chegar a uma solução política sobre a crise no país do norte de África.
"Temos a tarefa comum de ajudar os líbios a superar os desentendimentos atuais e alcançar acordos estáveis que levem à reconciliação nacional", referiu Serguei Lavrov, acrescentando: "Nesse sentido, a Rússia tem estado a trabalhar com todas as forças políticas na Líbia sem exceções.
O diplomata russo defendeu que a situação complicada do Médio Oriente só pode ser superada "através do diálogo".
A Líbia tem sido vítima do caos e da guerra civil, desde que, em 2011, a comunidade internacional contribuiu militarmente para a vitória dos distintos grupos rebeldes sobre a ditadura de Muammar Khadafi (entre 1969 e 2011).
Atualmente, a Líbia tem dois governos em disputa, um reconhecido pela ONU, limitado à capital, Tripoli, e outro sob a tutela do marechal Khalifa Haftar, homem forte do leste líbio que quer ocupar a capital do país.
Haftar ordenou, numa mensagem à comunidade internacional, em 4 de abril, a conquista de Tripoli, onde se encontrava na altura o secretário-geral da ONU, António Guterres, no âmbito de uma visita ao país.
Além da divisão política, o país vive também uma instabilidade provocada pela presença de numerosos grupos 'jihadistas' e pela atividade de contrabando de pessoas, armas e combustível, a base da economia do país.