Defesa de Carlos Ghosn vai recorrer da nova detenção

Tóquio, 04 abr (Lusa) -- A defesa do ex-presidente da Nissan Motor e Renault anunciou hoje que vai "recorrer com firmeza" à nova detenção de Carlos Ghosn por processos adicionais pretendendo conseguir a libertação o "mais rápido possível".

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Lusa
04/04/2019 10:24 ‧ 04/04/2019 por Lusa

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Junichiro Hironaka, chefe da equipa de advogados de defesa de Ghosn disse que é "pouco comum" a nova detenção de que foi alvo do ex-diretor da Nissan Motor e Renault, em Tóquio.

Carlos Ghosn foi detido quatro vezes desde novembro de 2018 pelas autoridades japonesas tendo sido preso novamente hoje, apesar de se encontrar sob regime de liberdade condicional.

O ex-presidente da Nissan e Renault "nega totalmente todas as acusações", disse Hironaka aos jornalistas durante uma conferência de imprensa em Tóquio acrescentando que a nova detenção é uma estratégia da Procuradoria para "pressionar Ghosn" impedindo-o de falar publicamente.

Hironaka disse também que as novas acusações que foram apresentadas contra Ghosn "não são novas" estando relacionadas com os delitos de que já foi acusado: ocultação de compensações milionárias em alegado conluio com a Nissan Motor e abuso de confiança por usar os fundos da empresa para solucionar prejuízos financeiros pessoais.

Hoje, a detenção está relacionada com uma "nova acusação" por alegado abuso de confiança devido à transferência de fundos da presidência da Nissan/Renault de que Ghosn era titular através de um escritório em Omã.

Hironaka insistiu que "foi demonstrado em tribunal" que não existe risco de fuga do ex-executivo nem a destruição de eventuais provas, referindo-se à decisão do tribunal que determinou a liberdade condicional sob fiança no passado dia 06 de março.

"Voltar a prender alguém que está em liberdade condicional não é comum e é quase inaudito", frisou Hironaka que também criticou as autoridades de terem confiscado documentos que Ghosn ia utilizar durante o julgamento.

Carlos Ghosn foi detido de madrugada e transportado para a prisão do bairro de Kosuge, Tóquio, onde já permaneceu durante três meses.

Num comunicado difundido pela equipa de defesa após a detenção, Ghosn considerou "indignante e arbitrária" a nova detenção que diz significar mais "uma tentativa" por parte de alguns elementos da Nissan para o silenciar.

A nova detenção de Ghosn ocorre 24 horas depois da difusão de uma mensagem através de uma conta da rede social Twitter que anunciava a primeira conferência de imprensa para o dia 11 de abril para "contar toda a verdade" sobre o que lhe está a acontecer.

Entretanto, o ministro das Finanças francês, Bruno Le Maire, disse hoje que "transmitiu à justiça novos e importantes elementos" que surgiram no quadro do processo interno da construtura de automóveis Renault sob a direção de Carlos Ghosn.

Bruno Le Maire não revelou o conteúdo das informações.

"Existem novos elementos que apareceram sendo suficientemente importantes para a justiça", disse o ministro à estação BFMTV acrescentando que não pode pronunciar-se sobre o conteúdo dos novos dados.

 

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