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Alemanha não se entende sobre embargo a venda de armas à Arábia Saudita

Os partidos no poder na Alemanha não conseguiram chegar a acordo, na quarta-feira à noite, sobre um descongelamento da venda de armas à Arábia Saudita, em vigor desde outubro, apesar das pressões da França e do Reino Unido.

Alemanha não se entende sobre embargo a venda de armas à Arábia Saudita
Notícias ao Minuto

14:07 - 28/03/19 por Lusa

Mundo Conflito

Na quarta-feira, os dirigentes da União Democrata Cristã (CDU), no Governo, e os seus parceiros da SPD (Partido Social-Democrata) tentaram, em vão, aproveitar a presença da chanceler Angela Merkel para encontrar uma solução, refere hoje a imprensa alemã.

A Alemanha impôs, em outubro de 2018, um embargo às exportações de armas para a Arábia Saudita, incluindo vendas já aprovadas, na sequência do assassinato do jornalista saudita Khashoggi Jamal, no consulado da Arábia Saudita em Istambul.

Uma decisão que irritou a França e o Reino Unido, que se viram arrastadas pelo embargo e que têm pressionado as autoridades alemãs a levantarem a interdição. O embargo já foi prolongado duas vezes, a última das quais até ao próximo domingo, dia 31 de março.

A poucos dias de terminar o prazo, a CDU mostrou-se favorável a um levantamento do embargo, em nome dos acordos com os parceiros franceses e ingleses.

O partido invoca também as ameaças feitas por várias empresas alemãs de interporem ações na justiça, alegando que a decisão do Governo colocou centenas de empregos em risco.

Mas os partidos não estiveram unidos na posição, já que o vice-presidente do SPD, Ralf Stegner, afirmou-se contra quaisquer exportações de armas.

"Não queremos exportações de armas para zonas de crise e ditaduras", afirmou ao grupo de media RND, sublinhando que esta posição está inscrita "preto no branco" no programa eleitoral para as eleições europeias de maio.

Esta questão tem azedado as relações de Berlim com Paris e Londres nos últimos meses.

Numa carta pouco diplomática enviada, em fevereiro, ao seu homólogo alemão Heiko Maas, o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, Jeremy Hunt, acusou Berlim de falta de lealdade.

Na terça-feira, a embaixadora de França na Alemanha, Anne-Marie Descôtes, criticou o caráter "imprevisível" da política alemã em relação à exportação de armas.

A Alemanha faz parte do grupo dos quatro maiores exportadores de armas no mundo, atrás dos Estados Unidos, Rússia e França, mas a venda de armas é uma das questões mais impopulares na opinião pública alemã.

Segundo o mais recente relatório sobre o comércio mundial de armas do Instituto Internacional de Pesquisa sobre a Paz de Estocolmo (Sipri), publicado em meados de março e referente ao período 2014-2018, a Arábia Saudita tornou-se o maior importador de armas do mundo, com um aumento de 192 por cento, em comparação com 2009-2013.

As importações de armas por países do Oriente Médio aumentaram 87 por cento, comparando o período 2009-2014 com o período 2014-2018, sendo esses países responsáveis por 35 por cento das importações globais de armas.

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