Parlamento Europeu realiza debate de urgência sobre situação na Venezuela
O Parlamento Europeu vai realizar, na terça-feira, um debate de urgência sobre a situação na Venezuela, país que enfrenta uma grave crise humanitária e política, e que tem sido assunto das reuniões desta instituição europeia.
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Mundo Estrasburgo
Este debate de urgência não fazia parte da agenda inicial da sessão plenária do Parlamento Europeu, que decorre em Estrasburgo, França, até quinta-feira, mas passou a constar mediante a decisão tomada pelos eurodeputados no início da ocasião.
A discussão realiza-se na terça-feira à tarde e terá como resultado uma resolução que será votada na quinta-feira em plenário.
No final de janeiro, o Parlamento Europeu reconheceu Juan Guaidó como o "presidente interino legítimo" da Venezuela e exortou a União Europeia (UE) e os seus Estados-membros a assumirem uma posição semelhante, enquanto não for possível convocar eleições presidenciais.
Numa resolução aprovada por 439 votos a favor, 104 contra e 88 abstenções, a assembleia europeia solicitou também à chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, e aos Estados-Membros que "adotem uma posição firme e comum e reconheçam Juan Guaidó como único presidente interino legítimo do país até que seja possível convocar novas eleições presidenciais livres, transparentes e credíveis tendo em vista restabelecer a democracia".
Na ocasião, os eurodeputados vincaram o seu pleno apoio à Assembleia Nacional, "que é o único órgão democrático legítimo da Venezuela e cujos poderes devem ser restabelecidos e respeitados, o que inclui as prerrogativas e a segurança dos seus membros".
Hoje, o presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, frisou em Estrasburgo que a situação no país "é responsabilidade do regime".
"Nicolás Maduro, com a sua incompetência, agrava a crise humanitária e está a destruir as vidas do povo venezuelano", acrescentou.
O debate surge, assim, em plena crise política na Venezuela, que se agravou desde o passado dia 23 de janeiro, quando Juan Guaidó se autoproclamou presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.
Guaidó contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um Governo de transição e organizar eleições livres.
Nicolás Maduro, no poder desde 2013, denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.
Cerca de 50 países, incluindo a maioria dos países da UE, entre os quais Portugal, já reconheceram Guaidó como presidente interino encarregado de organizar eleições livres e transparentes.
Na Venezuela residem cerca de 300 mil portugueses ou lusodescendentes.
Os mais recentes dados das Nações Unidas estimam que o número atual de refugiados e migrantes da Venezuela em todo o mundo situa-se nos 3,4 milhões.
Só no ano passado, em média, cerca de 5.000 pessoas terão deixado diariamente a Venezuela para procurar proteção ou melhores condições de vida.
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