Governo britânico aprovou rascunho de acordo para o Brexit
O Governo britânico aprovou "coletivamente " o rascunho de acordo para a saída do Reino Unido da União Europeia, anunciou hoje a primeira-ministra, Theresa May, após um conselho de ministros de cinco horas.
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Mundo Theresa May
A decisão foi tomada após um "debate longo, detalhado e apaixonado" sobre o documento, resultado de "milhares de horas" de negociação por funcionários e dos contactos com governos europeus, disse.
"Acredito firmemente que o projeto de acordo de retirada foi o melhor que poderia ser negociado e que o gabinete deveria decidir se seguiria adiante nas negociações. As escolhas diante de nós eram difíceis, particularmente em relação à solução de recurso para a Irlanda do Norte. Mas a decisão coletiva do governo era de que deveria concordar com o acordo de retirada e com a declaração política. Este é um passo decisivo que nos permite avançar e finalizar o acordo nos próximos dias", acrescentou.
A decisão, garantiu, não foi tomada de ânimo leve, mas no interesse nacional.
"A escolha diante de nós é clara: este acordo concretiza o resultado do referendo que traz volta o controlo sobre o nosso dinheiro, leis e fronteiras, põe fim à liberdade de circulação e protege trabalhos, segurança e nossa união e sair apenas sem nenhum acordo ou sem qualquer 'Brexit'", continuou.
A chefe de governo antecipa "dias difíceis pela frente", mas reiterou que "a escolha foi este acordo que nos permite retomar o controlo e construir um futuro melhor para o nosso país ou voltar à estaca zero com mais divisões, mais incerteza e falta de cumprimento do referendo.
"Acredito firmemente, com a minha cabeça o meu coração, que esta foi uma decisão no melhor interesse do Reino Unido", afirmou, concluindo uma declaração à porta da residência oficial, em Downing Street.
A decisão foi tornada pública após um conselho de ministros que começou às 14:00 e durou cinco horas sobre um texto que foi apenas partilhado com os membros do governo que visitaram Downing Street a convite da primeira-ministra entre terça-feira e esta manhã.
O acordo é um documento de cerca de 500 páginas, de acordo com a imprensa britânica, que abrange questões como a compensação financeira devida pela saída, cerca de 39 mil milhões de libras (45 mil milhões de euros) e os direitos dos cidadãos europeus no Reino Unido e dos britânicos na Europa.
Estabelece os trâmites legais que vão regular as relações entre Reino Unido e 27 depois do 'Brexit', nomeadamente durante o período de transição, que está previsto durar até ao final de dezembro de 2020.
Estipula também o futuro estatuto de Gibraltar, o território britânico no extremo da Península Ibérica que Espanha reivindica, e das bases militares britânicas no Chipre.
Por fim, vai definir um procedimento para garantir que a futura fronteira na província britânica da Irlanda do Norte com a República da Irlanda, Estado membro da União Europeia, continua a funcionar sem controlos sobre a circulação de pessoas, serviços ou mercadorias.
Esta questão foi considerada importante pelas duas partes devido ao risco de violar os acordos de paz de 1998 para a Irlanda do Norte, que pôs fim a um conflito de décadas entre republicanos católicos e 'unionistas' protestantes.
Caso não seja encontrado um entendimento duradouro para uma relação futura económica e comercial entre o Reino Unido e os 27, o Reino Unido poderá prolongar a transição ou ativar uma solução de recurso temporária que mantém o Reino Unido como um todo alinhado com o mercado interno e união aduaneira, adiantou a BBC.
Um mecanismo de avaliação conjunto vai decidir quando pode este mecanismo ser terminado, todavia, ao contrário do que desejavam alguns ministros britânicos, a decisão não pode ser unilateral.
Em paralelo com este acordo, será publicada à parte uma declaração política de poucas páginas com as linhas gerais dos termos da futura relação económica entre Londres e a UE, incluindo as relações com o mercado interno e união aduaneira e questões de segurança e política externa.
Porém, esta declaração não será vinculativa, até porque as negociações formais só podem começar em 2019, após a saída oficial do Reino Unido da UE, em 29 de março.
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