Polícias, militares e monges desfilaram junto ao seu caixão, coberto com a bandeira nacional. O público não foi convidado para esta cerimónia, que decorreu na casa funerária nacional, no centro da capital vietnamita.
Muitas figuras políticas também marcaram presença, incluindo o secretário do Partido Comunista do Vietname (PCV), Nguyen Phu Trong, e o primeiro-ministro Nguyen Xuan Phuc.
Tran Dai Quang, que morreu na sexta-feira, aos 61 anos, "dedicou toda a sua vida (...) a causas revolucionárias nacionais. (...) A sua morte é uma enorme perda para o nosso partido, para o nosso estado e para o nosso povo", disse o vice-primeiro ministro, Truong Hoa Binh, durante a cerimónia.
Tran Dai Quang deve ser enterrado na quinta-feira. O Vietname decretou um luto nacional de dois dias.
Quang estava doente há muitos meses, mas continuou a desempenhar as suas funções oficiais, apesar da fadiga visível e perda de peso.
Tran Dai Quang fez parte da dupla de conservadores colocados à frente do regime em 2016, com o primeiro-ministro Nguyen Xuan Phuc.
Além do cargo de Presidente, foi um dos principais homens-chave do regime, no poderoso Gabinete Político do Partido Comunista do Vietname, verdadeiro centro de poder, que nomeia o presidente.
Este alto órgão governamental do país é responsável por todas as decisões mais importantes, sendo que o verdadeiro número um do regime continua a ser o secretário-geral do Partido Comunista, Nguyen Phu Trong.
A morte do presidente não deverá desestabilizar, portanto, o regime comunista, no poder há décadas, que teve tempo de se preparar para sua morte.
Tran Dai Quang, que foi ministro da Segurança Pública, principal pasta do regime autoritário, marcou o seu mandato com a repressão de qualquer voz discordante neste país onde estão detidos dezenas de presos políticos, 'bloggers' e jornalistas.
A sua eleição confirmou o domínio político dos conservadores, após um congresso do PC em janeiro de 2016, marcado por fortes lutas entre conservadores e reformadores.