“Metade com legumes e vegetais, um quarto com proteínas magras e o outro quarto com hidratos de carbono complexos. Mas varie e aposte nas cores, o prato deve ficar colorido”. Quantas vezes ouviu um nutricionista dar um conselho igual ou idêntico a este? Possivelmente muitas, mas porque é que as cores são assim tão importantes?
A cor de um alimento – especialmente de origem vegetal – diz muito sobre a sua ‘genética’, sobre as suas propriedades e sobre os benefícios que o seu consumo traz à saúde.
E quanto mais vezes constar na alimentação, maior é a aliança para a saúde e para o bem-estar, especialmente quando as cores são conjugadas e consumidas de acordo com as necessidades de cada pessoa.
Na prática, diz a especialista em nutrição Graciela Moreira ao Buena Vida do jornal AS, os alimentos classificam-se em cinco cores distintas: verde, amarelo-laranja, vermelho, roxo e branco.
Mas, o que é que cada uma dessas cor significa e porque é que as devemos incluir na alimentação diária?
Verde:
Esta é a cor que mais carateriza e ‘pinta’ a natureza, sendo também a cor que espelha o lado mais puro da alimentação.
Para a especialista espanhola, a presença da pigmentação verde indica boas quantidades de magnésio (mineral que favorece a saúde muscular e atenua a sensação de cansaço), ácido fólico (importante para as mulheres durante a gravidez), luteína (componente com poder antioxidante), potássio (que reduz os riscos de doenças cardiovasculares) e fibra (fundamental para a boa digestão e manutenção de um peso saudável).
Aqui incluímos os brócolos, os espinafres, os espargos, os vários tipos de couve, as acelgas, os grelos, a alface, o abacate, o kiwi, a alcachofra, etc.
Amarelo-laranja:
Os alimentos que possuem tons entre o amarelo e o laranja (como os citrinos) são os que mais propriedades benéficas trazem à saúde da pele. Além disso, estas cores favorecem ainda o sistema imunitário e a sensação de juventude, uma vez que portam ainda boas quantidades de beta-caroteno (um antioxidante que nutre e protege a pele), diz a nutricionista espanhola.
Estes tons são ainda um sinal de potássio, ácido fólico e vitamina C, um micronutriente que favorece a absorção de ferro e que se assume como fundamental para o reforço do sistema imunitário.
Além dos citrinos, devemos colocar aqui a manga, a cenoura, a abóbora, o pêssego, etc.
Vermelho:
A cor quente que carateriza os alimentos revela uma forte presença de vitamina C, magnésio o e ainda fitoquímicos, componentes que reduzem o risco de problemas urinário e ainda de alguns tipos de cancro.
Para dar uma cor mais intensa ao prato deve-se apostar no tomate, nos morangos, no pimento vermelho, na framboesa, etc.
Roxo:
Embora pareça uma cor pouco comum na alimentação, a verdade é que está presente em alimentos como a couve-roxa, a beringela, os mirtilos, a beterraba, as amoras, as ameixas, os figos e as uvas. Este tom carateriza-se pela alta presença de antioxidantes e fitoquímicos benéficos para a saúde.
Branco:
Esta é, possivelmente, uma das cores mais comuns na alimentação saudável. Encontra-se na cebola, no alho, no pepino, na couve-flor, na maçã, na pera, no melão, nos cogumelos, etc. E o que é que esta cor tem para oferecer? Antoxantinas e inulina, dois ingredientes que reduzem consideravelmente os riscos de doenças cardiovasculares.
Estes alimentos em tons de branco tendem ainda a ter um efeito depurativo, baixo nível de sódio, alto teor de água e ainda componentes que facilitam a digestão. Além disso, são ricos em fibra e favorecem os bons níveis de colesterol.