Já a sabedoria popular o diz e com razão que ‘é a falar que a gente se entende’ e é a falar que conseguimos detetar, atenuar e até combater a depressão. A ideia é defendida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que, este ano, coloca a doença mental no centro de todas as atenções e conversas.

‘Vamos falar’ (‘Let’s Talk’, em inglês) é o mote da campanha de 2017 (embora tenha já sido lançada em 2016) e que tem como objetivo mostrar a importância da conversa tanto na prevenção como no tratamento da doença. Esta campanha visa ainda a criação de novos tratamentos e terapias para a depressão.

Segundo a informação avançada pelo portal do Serviço Nacional de Saúde, "a depressão afeta pessoas de todas as idades, de todas as esferas da vida, em todos os países". Esta patologia causa "angústia" e o seu impacto tem "consequências às vezes devastadoras para o relacionamento com a família e amigos e a capacidade de ganhar a vida".

A depressão é uma doença caraterizada pela tristeza persistente e também pela perda de interesse em atividades rotineiras, acompanhada por uma incapacidade de realizar atividades comuns do dia a dia durante pelo menos duas semanas, diz a Organização Mundial da Saúde.

Esta patologia mental afeta mais de 300 milhões de pessoas em todo o mundo, assumindo-se, por isso, como a principal causa de doença e incapacidade a nível global. A depressão pode ser uma consequência pontual, persistente ou crónica, além disso, é ainda um trampolim para os suicídios: a cada 40 segundos há uma pessoa que põe o termo à própria vida.

Em Portugal, estima-se que a depressão possa afetar todos os anos cerca de 400 mil pessoas, como pode ler aqui.

Embora seja recorrente e cada vez mais intensa, a depressão não deve ser vista como um sinal de fraqueza ou inferioridade mental, pelo contrário, deve ser vista como uma patologia que pode afetar qualquer pessoa e cujo tratamento está ao seu alcance e pode ser facilmente conseguido com a ajuda de médicos especialistas. Mas para que a depressão seja tratada ou prevenida é preciso, primeiramente, assumir que se pode estar deprimido e, depois, falar sobre isso, seja com um amigo próximo, um familiar ou diretamente com um especialista.

Como salienta a Direção Geral da Saúde numa publicação acerca da campanha da OMS sobre a doença, a depressão não se faz apenas de tristeza e apatia, pode ainda apresentar outros sintomas, tais como a perda de energia, alterações no apetite e no sono, ansiedade, dificuldade em manter a concentração, ansiedade, sentimento de inutilidade, culpa ou desespero e ainda sentimentos de auto-agressão e até mesmo suicídio.