Glúten, açúcar e leite. São mesmo os vilões da boa alimentação?

São cada vez mais as pessoas que excluem o glúten, o açúcar e o leite de vaca da alimentação diária por acreditarem que estão a fazer a melhor escolha pela saúde e boa forma física. Mas será que estão mesmo? A nutricionista Mafalda Rodrigues de Almeida explica-nos tudo.

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Daniela Costa Teixeira
17/03/2017 07:56 ‧ 17/03/2017 por Daniela Costa Teixeira

Lifestyle

Mafalda Almeida

Glúten, açúcar e leite de vaca. Quantas pessoas conhece que tenham deixado de consumir ou ou mais destes ingredientes? Possivelmente muitas e possivelmente até o leitor já parou de consumir alimentos que possuam estes componentes na sua composição.

Destes três alimentos, apenas um deve ser evitado ao máximo pelas pessoas: o açúcar. Quanto aos outros dois, o melhor é mesmo dar ouvidos ao próprio corpo e às reações que este emite após a ingestão de glúten e/ou leite, explica-nos a nutricionista Mafalda Rodrigues de Almeida, que inclui estes dois ingredientes nas receitas do seu recém-lançado livro ‘Superalimentos – Refeições com mais vida’ [Chá das Cinco].

Em declarações ao Lifestyle ao Minuto, a especialista começa por dizer que “é muito importante as pessoas deixarem de consumir açúcar. Mesmo o mascavado “não é o ideal, o ideal seria evitarmos ao máximo”, uma vez que se trata de um ingrediente refinado e pobre a nível nutricional.

No seu livro, Mafalda recorre ao açúcar mascavado para adoçar algumas receitas. Embora não seja uma escolha que deva constar na alimentação diária, a ideia de incluir uma opção menos saudável no seu livro passa por “não limitar a esse ponto e dar abertura para fazermos escolhas melhores e dar a entender que o açúcar mascavado é sempre uma escolha um bocadinho melhor do que o açúcar refinado”.

Ao usar o açúcar mascavado, diz, “primeiro, podemos usar uma quantidade mais pequena para adoçar na mesma medida”, e, além disso, “é menos refinado, logo tem mais nutrientes e acaba por ser mais rico e dar mais benefícios do que se for o branco”.

Quanto ao leite, a nutricionista Mafalda Rodrigues de Almeida é clara: “Não é regra deixar de beber leite de vaca”.

“O leite é essencial como o chocolate, faz-nos tão bem como o chocolate, são dois alimentos diferentes, se quisermos comer comemos, se nos dermos bem comemos, se não quisermos não comemos”, refere, salientando que “alguns estudos têm associado o leite ao aumento de alergias, se as pessoas tiverem essa tendência, se calhar não convém abusarem no leite e respeitarem o seu corpo. Mas acho que não devemos ser restritivos e impor as nossas restrições alimentares aos outros, portanto, devemos desmistificar esse conceito”.

A também autora do blogue Loveat diz que, na prática, é tudo uma questão de equilíbrio. “Tudo o que nos faz bem devemos comer. Se a pessoa não tiver problemas, por exemplo, com o glúten, se não tiver nenhum problema digestivo se não nota nenhuma diferença no seu corpo, então não há problema. Mas acho que devemos ir pelo equilíbrio”, diz.

Por fim, mas não menos excluídos da alimentação de muitas pessoas, está o glúten, um conjunto de proteínas presente em cereais como o trigo, centeio e cevada. Para a nutricionista, este é mais um caso em que a exclusão apenas se justifica quando a pessoa tem reações ao glúten, seja inchaço abdominal, desconforto ou prisão de ventre, por exemplo.

A exclusão do glúten deve ser pensada até porque é fácil cair num dos erros mais comuns a esta tendência: a compra de produtos processados sem glúten. “Isso é uma coisa que tento falar muito no meu blogue, tento desmistificar. Os produtos sem glúten têm muito açúcar refinado, são muito, muito processados, têm muitos conservantes, o pão dura imenso tempo sem ficar rijo”, alerta.

“Temos de pensar: ‘será que é isto que eu quero para mim’? Temos de pensar e procurar outros cereais que não têm glúten, aprender a fazer pão em casa e começar a ir por outras vias”, afirma.

Quando o glúten é, de facto, um problema, ou seja, quando estamos perante a doença Celíaca ou uma intolerância a esta proteína cereal, o indicado não é ir pelo facilitismo, ou seja, pelos produtos industrializados e que já estão prontos a comer, diz a nutricionista que “devemos usar cereais que não usamos tanto na nossa alimentação, como o trigo-sarraceno, a quinoa, o arroz, o millet e evitar o problema com glúten”.

Uma alimentação saudável quer-se variada, equilibrada, colorida e divertida. Evitar as refeições monótonas e que apelem ao comodismo é fundamental e é isso mesmo que a nutricionista Mafalda Rodrigues de Almeida explicou em entrevista ao Lifestyle ao Minuto, onde salientou a importância de determinados superalimentos na saúde feminina.

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