Prolongando-se até 2 de abril, a primeira edição do evento terá entrada gratuita, incluirá um extenso programa musical e abarcará também comida de rua e sessões de 'showcooking'.
A grande aposta do encontro é, no entanto, em duas componentes especificamente relacionadas com a chamada "revolução da cerveja artesanal": uma secção de conferências sobre questões de marketing e distribuição próprias dessa indústria e ainda uma mostra com 17 marcas nacionais, cinco espanholas, duas distribuidoras internacionais e uma seleção de cervejas canadianas que se pretendem afirmar na Europa.
"Durante três dias, a Oliva vai ser o epicentro da cervejaria nacional", declarou à Lusa o coordenador geral do evento, Octávio Costa.
"O festival vai explorar diferentes ângulos relacionados com o fenómeno global da 'Craft Beer Revolution' e apresentará assim ao público mais de 100 tipos de cerveja artesanal, a acompanhar com comida de rua, 'workshops' de culinária e animação permanente", acrescenta.
Essa oferta gastronómica e cultural será complementada com o Oliva Beer Mind Pro, que é a secção do evento dedicada à reflexão por parte dos profissionais do setor, numa perspetiva de partilha de boas práticas, análise de dificuldades e potencialidades, e prospeção de novas oportunidades de negócio.
"Como esta área envolve ADN criativo, criação de valor e experiência industrial, também se pretende que o evento seja dinamizador de oportunidades entre cervejeiros, criativos e outras figuras do tecido empresarial tradicional", explica Octávio Costa.
Para esse responsável, a reflexão coletiva em causa é particularmente pertinente se se considerar o rápido crescimento da produção dirigida ao nicho de mercado da cerveja artesanal.
"Sobretudo a partir de 2013, assistiu-se em Portugal a um multiplicar de projetos que se têm consolidado economicamente no mercado e que, em alguns casos, registam já movimentos de exportação", observa.
"Estamos a falar de marcas que, em alguns casos, asseguram a sustentabilidade socioeconómica não só dos empreendedores que lançaram o projeto, mas também das suas próprias famílias", realça.
Octávio Costa destaca também o facto de a maioria das cervejas artesanais portuguesas terem nascido da inspiração motivada por situações de desemprego ou crises de desmotivação laboral, o que comprova que "a necessidade aguça efetivamente o engenho" e demonstra como as histórias na origem de cada marca podem constituir para terceiros um incentivo à "resiliência e à proatividade".
"Esta micro indústria de moldes artesanais tem sabido ativar a sua própria cadeia de valor, criando novas oportunidades, fazendo surgir novos atores e motivando no consumidor uma procura crescente - o que acaba por gerar novas necessidades de mercado", avalia.
Para o responsável, "as empresas podem ser pequenas, mas estão a trabalhar como as grandes marcas".