A pele de um peixe de água doce chamado tilápia pode tratar queimaduras de segundo e terceiro grau.
A experiência de usar pele de tilápia para curar as feridas de queimaduras foi realizado no estado do Ceará, no nordeste do Brasil. Edmar Maciel, cirurgião plástico, diretor do Instituto de Apoio ao Queimado e coordenador da equipa interdisciplinar que desenvolveu este método, conta à BBC Mundo que os métodos utilizados atualmente são trabalhosos, custosos e provocam muita dor ao paciente, pelo que em comparação a aplicação de pele de tilápia oferece muitos benefícios.
Como a pele de peixe fica por vários dias sobre a ferida do paciente, evitam-se as dores que mudar os curativos comuns provocam. Mas a principal vantagem desta pele é que ao contrários dos animais terrestres – como o porco, utilizado em tratamentos nos Estados Unidos e na Europa – a pele do animal aquático tem menos probabilidades de transmitir doenças.
Por outro lado tem mais colagénio tipo 1, uma resistência semelhante à da pele humana e um grau adequado de humidade, que ajuda na cicatrização. A sua boa aderência também evita a contaminação externa e limita a perda de proteína e plasma que pode gerar desidratação e levar À morte.
Antes de se utilizar a pele é submetida a um processo de limpeza, onde se retiram a escamas, o tecido muscular, as toxinas e o odor a peixe. Depois a pele é prensada e cortada em tiras e posta no congelador a temperaturas entre 2 e 4 graus até no máximo dois anos.