��Basicamente, gosto de doces no geral”. É desta forma, simples e apaixonada, que Mafalda Agante fala do seu gosto pela doçaria, toda ela, mas em particular pela doçaria conventual e regional.

“Sou suspeita”, confessa. “Sempre gostei muito de doces, aliás, de tudo que tenha muita gema e açúcar”.

Em conversa com o Lifestyle ao Minuto, a jornalista e autora do livro ‘Há alguém mais gulosa do que eu?’ [Oficina do Livro, PVP 15.50 euros] coloca no seu leque de preferências “todas as receitas que tenham sido desenvolvidas num convento português”, mas também “as reinterpretações criadas por chefs, que usam a base de um receituário, mas que depois utilizam também algumas receitas e técnicas contemporâneas”.

Para Mafalda, doçaria conventual portuguesa “e, claro, a doçaria regional”, são dois fatores de diferenciação de Portugal, até “porque cada região e cada distrito têm os seus principais doces e são todos muito diferentes, mesmo quando há algum doce que nós encontramos de Norte a Sul - como o arroz doce - ele é feito de forma diferente, ou o pastel de Santa Clara que existe em conventos diferentes e é feito de formas diferentes. Acontece com algumas receitas que têm o mesmo nome mas que seguem receitas diferentes”.

Mas é na simplicidade que está o ganho. Depois de ter deixado “todos os projetos que tinha para iniciar o blogue” - que veio dar nome ao livro lançado agora - , Mafalda lança uma obra com 70 receitas de bolos, “receitas simples, fáceis, que sejam rápidas e que tenham um resultado delicioso”.

“Lançar um livro não fazia parte dos planos. Quando lancei o blogue tinha alguns objetivos, mas não sabia se os iria concretizar e a ideia para o livro veio muito tempo depois, quando percebi que as pessoas preferiam receitas mais simples e feitas por mim”, explica.

Mas como é que se consegue manter um blogue apenas com receitas? De onde vem a inspiração para tantas receitas? Da paixão, está claro, e também das experiências.

“A doçaria é diferente do resto da cozinha porque é uma ciência exata e o chef até pode criar uma receita de raiz sem ter uma base, como acontece com os salgados, mas com os doces isso pode correr mal. Por isso, nestas 70 receitas, tive de testar e experimentar até chegar à receita exata. Mas a base tem de ser sempre a mesma, já sabemos que temos de misturar farinha, ovos e açúcar e depois o resto dos ingredientes depende do objetivo do bolo e do resultado que pretendemos”, revela.

"Eu sempre fiz bolos desde miúda, mas, a partir do momento em que começamos a fazer mais, não é muito difícil arriscar e as receitas que tenho no livro não precisam de experiência ou de um curso de pastelaria para as fazer, até porque já existem livros com receitas complicadas”, finaliza.