“Os resultados são claros”. Quem o diz é Irva Hertz-Picciotto, da Universidade da Califórnia, uma das especialistas que se faz ouvir na hora de condenar os componentes que são usados para a composição dos produtos de limpeza e higiene. Falamos de ftalatos (derivados do ácido ftálico, como o DEHP ou DIDP), do éter de difenila polibromado e do mercúrio.
Os ftalatos, por exemplo, podem estar presentes em produtos de cuidado capilar, perfumes, vernizes para as unhas e em embalagens de comida ou de produtos de limpeza, o que aumenta o risco de contaminação, uma vez que “entram pela pele ou pelas vias respiratórias ou digestivas”, como se lê na BBC, que aconselha a escolha de produtos de beleza sem fragrância e desaconselha o aquecimento de comida em taças de plástico.
No caso do éter de difenila polibromado, este componente está regulamentado e apenas é permitido o uso de quantidades que não coloquem a saúde em risco, algo que não acontece com o mercúrio, uma vez que está mais facilmente presente no dia-a-dia.
Para evitar os danos causados pelo contacto desprotegido com este componente, a publicação sugere a escolha de produtos cosméticos isentos de mercúrio e a colocação das pilhas em locais corretos.
“A exposição contínua a químicos tóxicos presentes no ar, na água, na comida, no solo e nos produtos de consumo podem aumentar o risco de se desenvolver problemas cognitivos, sociais ou comportamentais, assim como distúrbios no desenvolvimento neurológico, como o autismo e a síndrome do déficit de atenção com hiperatividade”, defende a especialista depois de ter conseguido um consenso no projeto TENDR – Targeting Environmental Neuro-Developmental Risks, um movimento que alerta para os perigos ambientais e neurológicos que os componentes podem trazer.
Além dos riscos que causam na reprodução humana, os componentes presentes nos produtos de higiene e limpeza são uma espécie de “pandemia silenciosa”, que podem danificar o desenvolvimento do cérebro.