Uma investigação liderada por cientistas de Harvard questiona a mais amplamente aceite versão sobre a origem da doença de Alzheimer e, se se confirmar, deita por terra muitas tentativas de travar a doença que têm sido desenvolvidas.
Há anos que se acredita que a doença de Alzheimer pode ter que ver com a presença de placas beta-amilóides no cérebro – uma vez que estas surgiam sempre nos cérebros das pessoas com Alzheimer e não nas com o cérebro saudável.
Mas os investigadores deste estudo publicado esta semana na revista Science Translational Medicine acreditam ter descoberto que as placas beta-amilóides encontradas nos cérebros das pessoas com a doença são, na verdade, um resíduo do sistema imunitário. Um tipo de antibiótico que é a primeira linha de defesa contra uma infeção, como reporta o New York Time.
Ainda é cedo para revelar uma conclusão final mas este estudo, que está a ser feito em animais, causou um grande impacto entre os cientistas que têm investigado esta doença.
De acordo com a nova hipótese levantada, a doença de Alzheimer ocorre quando um vírus, uma bactéria ou fungo entra no cérebro, passando através de uma membrana - a hematoencefálica – que enfraquece à medida que envelhecemos.
O sistema de defesa do cérebro é rápido a travar o invasor construindo uma espécie de jaula pegajosa formada pela proteína beta-amilóide. O micróbio em questão fica preso nesta jaula como uma mosca numa teia de aranha e morre. Mas a jaula permanece, e é isso que, eventualmente, leva à doença de Alzheimer.
Robert Moir, do Massachusetts General Hospital, liderou a investigação e destaca que as conclusões do estudo sugerem que a visão que se tem tido nos últimos 30 anos é “incompleta”.