Hoje, em todo o mundo, pelo menos 300 milhões de pessoas sofrem de enxaqueca. A doença é incurável e traz muito sofrimento.
A Organização das Nações Unidas classificou a doença entre as cinco mais incapacitantes, ao lado de tetraplegia, depressão, psicose e demência. Mas pode haver uma boa notícia a caminho: pela primeira vez na história da medicina há uma terapia que se mostra eficaz a prevenir as dores de cabeça severas.
Estudos conduzidos por quatro empresas farmacêuticas, publicados recentemente na revista The Lancet, revelaram um promissor mecanismo de ação específico contra um alvo que desencadeia a doença.
Esta droga em fase final de investigação – estudos deverão concluir no próximo ano - é um anticorpo monoclonal, uma molécula produzida em laboratório capaz de chegar ao seu destino sem provocar efeitos secundários no organismo.
O medicamento bloqueia um composto químico cerebral, o CGRP – substância liberada pelo nervo trigémeo, estrutura que se estende por quase toda a cabeça, com efeito vasodilatador e inflamatório.
Uma questão genética faz com que o cérebro do ‘portador’ da enxaqueca seja hipersensível a estímulos como longos períodos de jejum ou de stress e, por isso, as quantidades de CGRP liberadas são mais elevadas, provocando a enxaqueca.