De leite, branco, negro, 70% cacau, com frutos secos, com passas, com recheios vários, em tablete, em forma de snack, com caramelo, com bolacha, com licor. Doce, muito doce, amargo, duro, cremoso, crocante. São muitas as características, definições e composições do chocolate, um dos alimentos mais adorado a nível mundial e que tem tanto de saboroso como de calórico.
Mas ultimamente há dois tipos de chocolate que têm chamado a atenção dos nutricionistas e de quem quer ter uma alimentação saudável sem cair no exagero do açúcar: o chocolate negro e o chocolate com, pelo menos, 70% de cacau.
Estas são as duas variantes mais saudáveis da guloseima que faz as delícias dos miúdos e dos graúdos e as que maiores níveis de antioxidantes, magnésio, ferro cálcio, fibras, vitaminas A, B1, B2, C e E têm. O chocolate negro e o chocolate 70% cacau assumem-se como aliados do metabolismo, amigos do coração, da pressão arterial e da energia.
Mas, seja do saudável ou não, quanto chocolate consegue o corpo suportar?
O El País falou com a especialista Paula Rosso e revela que, por dia, o consumo desta iguaria não deve exceder os 50 gramas, sendo o recomendado 40 gramas, uma vez que, por exemplo, 100 gramas de chocolate negro equivale a cerca de 540 calorias e a dose diária fica pelas 270 calorias. Mas se em causa estiver o chocolate de leite ou branco, a dose recomendada é, no máximo de 20 gramas por dia.
E nem todos podem/devem comer. A quantidade a consumir depende de pessoa para pessoa, sendo que aquelas que apresentam problemas de vesicula ou de fígado não devem consumir devido ao elevado valor de gorduras saturadas. Também as crianças devem escapar à ingestão frequente deste alimento devido ao seu fator “viciante e enérgico”.
Diz o especialista José Maria Escudeiro que só a partir dos 18 meses é que as crianças devem experimentar este doce. Também aquelas que sofrem de enxaqueca devem evitar o consumo de chocolate, seja do ‘bom’ ou do ‘mau’. “O cacau e chocolate têm apreciáveis quantidades de tiramina, histamina e feniletilamina”, componentes que podem agravar os sintomas.
“O chocolate contém triptofano, um precursor da serotonina (hormona da felicidade) e a redução deste percursor pode causar sintomas de abstinência quando o consumo é excessivo”, diz a médica, alertando para o facto de o chocolate conter ainda “um teor de cafeína e teobromina, substâncias que causam dependência” e para a necessidade de “controlar as doses diárias” para evitar situações de vício.
E se em causa estiver o chocolate de leite e não o negro? Aí, a situação agrava-se: “este chocolate tem uma percentagem mais elevada de gorduras saturadas e açúcares, uma das combinações de substâncias que produzem reações cerebrais mais artificiais”, refere o especialista José Maria Escudeiro.