Esta é uma das queixas que leva mais frequentemente doentes ao médico
Neste artigo de opinião, João Carlos Winck, coordenador de pneumologia e eesponsável da consulta de tosse crónica do Instituto CUF Porto e professor da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, aborda a problemática da tosse crónica.
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Lifestyle Artigo de opinião
E quando a tosse se torna um incómodo incontrolável? A tosse é uma das queixas que leva mais frequentemente os doentes ao médico. A maior parte dos quadros de tosse de curta duração são devidos a uma infeção vírica. No entanto, quando têm uma duração superior a oito semanas, é considerada tosse crónica.
Neste caso, quando a tosse se prolonga no tempo, o atingimento da qualidade de vida dos doentes é muito marcado, chegando a provocar incontinência urinária, síncope, fraturas de costelas e isolamento social. As recomendações da British Thoracic Society sugerem que os doentes com tosse crónica sejam acompanhados em centros especializados.
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Quais são as causas da tosse crónica?
Para além das causas conhecidas de tosse crónica como a fibrose pulmonar, doença pulmonar obstrutiva crónica, cancro do pulmão, tuberculose, cujo diagnóstico não é difícil, existem pelos menos quatro 'fenótipos' de tosse crónica. São eles o refluxo gastro-esofágico, a tosse-equivalente de asma, a bronquite eosinofílica e a rino-sinusite com síndrome das vias aéreas superiores. Quando todos estes diagnósticos foram excluídos (incluindo causas de tosse crónica induzida por medicamentos), sobra uma entidade chamada tosse crónica inexplicada ou refratária. Neste caso devemos recorrer a novos fármacos e métodos de tratamento multidisciplinares.
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Como se diagnostica?
Para identificar a causa de tosse crónica e propor um tratamento personalizado é necessário recorrer a uma abordagem específica e bem protocolada. No Instituto CUF Porto existe uma consulta diferenciada e inovadora de tosse crónica, que segue o protocolo da Universidade de Hull e utiliza os métodos de diagnóstico mais modernos como a prova de hiper-reatividade brônquica com manitol e capsaicina, o doseamento do óxido nítrico exalado e a monitorização domiciliária da intensidade da tosse.
Existe tratamento?
Existe uma tendência errada para quando a tosse se torna persistente (para além das oito semanas) se prescrever um 'cocktail' de medicamentos: antibiótico mais anti-infamatório, mais anti-alérgico, mais anti-tússico...
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Ora aquilo que se deve fazer é tentar tratar estes quadros de uma forma escalonada, começando pelo fármaco mais adequado ao problema subjacente. Por exemplo, se a tosse crónica for secundária ao refluxo gastro-esofágico, os anti-ácidos ou os pró-cinéticos são os mais indicados. Se a tosse crónica se deve a Asma, então os corticóides inalados devem ser preferidos. Para os quadros mais complexos de tosse crónica inexplicada ou refratária, existe uma nova classe de antitússicos que já estão disponíveis no Japão e aguardam aprovação na Europa.
É possível controlar e tratar a tosse crónica, melhorando significativamente a qualidade de vida dos doentes!
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