O ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro alegou esta quinta-feira, no depoimento à Polícia Federal, que estava medicado com morfina quando divulgou por engano numa rede social o polémico vídeo a contestar a eleição presidencial de outubro do ano passado, em que viria a ser derrotado por Lula da Silva. O incidente ocorreu dois dias após os ataques dos seus apoiantes a 8 de janeiro.
A defesa de Bolsonaro alega que o antigo presidente brasileiro tinha recebido alta hospitalar após ter sido internado na sequência de uma crise de obstrução intestinal, nos Estados Unidos. No hospital, os médicos ter-lhe-iam administrado morfina.
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A morfina é um medicamento da 'família' dos opioides, indicado para o alívio da dor crónica ou aguda quando os analgésicos comuns não são suficientes, como explica o farmacêutico Alexandre Martins, conselheiro do Conselho Regional de Farmácia do Distrito Federal, do Brasil, em declarações ao jornal Metrópoles.
Alexandre Martins esclarece que os efeitos secundários dependem da dose administrada. A morfina pode causar tonturas, vertigem, náuseas, vómito e sudorese. Porém, segundo o farmacêutico, é pouco provável que cause confusão mental. "Na prática, quando é usada em doses normais, a morfina gera sonolência. A pessoa fica preguiçosa, mas não perde o discernimento. Ela consegue tomar decisões", garante.
Só haveria confusão mental, como alega Jair Bolsonaro, se tivessem sido administrados dois medicamentos em simultâneo.
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