Pandemia e ameaça de contágio: O que acontece quando o medo vence?

"No contexto da atual pandemia por Covid-19, o medo por parte da população, em recorrer aos serviços de saúde, é uma realidade preocupante", explica Filipe Filipe, especialista em Medicina Interna do Hospital CUF Santarém, neste artigo de opinião partilhado com o Lifestyle ao Minuto.

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Notícias ao Minuto
04/03/2021 10:00 ‧ 04/03/2021 por Notícias ao Minuto

Lifestyle

Artigo de opinião

Apesar das medidas instituídas pelas unidades de saúde, que asseguram um risco de contágio mínimo – dispositivos de proteção individual, distanciamento social, reforço medidas de higiene e sanitárias – mantém-se um sentimento de receio de contágio. Este receio pode ter efeitos nefastos, dado que evitar ou atrasar o recurso a cuidados médicos, pode colocar em risco a sua saúde.

Destes casos destacam-se o atraso no diagnóstico e tratamento de situações clínicas urgentes, o atraso no rastreio de diversas patologias e o acompanhamento e controlo de fatores de risco pré-existentes.

No que respeita às situações clínicas urgentes, realçam-se doenças do espectro cardio e cerebrovascular. Dada a elevada prevalência destas patologias na nossa população (como o Enfarte Agudo do Miocárdio e o Acidente Vascular Cerebral), é preocupante assistir ao atraso na avaliação em contexto de urgência, a nível hospitalar, que impedem o tratamento otimizado destas doenças.

Neste grupo de patologias, o tempo decorrido desde o início da sintomatologia até ao tratamento adequado é fulcral para reduzir a mortalidade e o potencial de sequelas associadas.

O atraso no rastreio de diversas patologias, em especial do foro oncológico, pode ter implicações na definição dos esquemas de tratamento, tendo influência determinante a nível do seu prognóstico, além do risco acrescido de complicações, intervenções e tratamentos mais agressivos.

A detecção precoce destas patologias frequentes na nossa população – cancro da mama, do cólon, da próstata, como exemplos – potencia o sucesso do seu tratamento.

O controlo e monitorização das patologias de base, sobretudo o acompanhamento em regime de consulta e ambulatório, é de extrema relevância para a saúde e bem-estar da população.

Patologias tão prevalentes como Hipertensão Arterial, Diabetes Mellitus, Dislipidémia, Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica e Obesidade obrigam a um controlo apertado, com vista a minimizar a ocorrência de eventos graves a médio e longo prazo.

Perante este cenário, é importante passar esta mensagem no que toca à segurança no acesso aos cuidados de saúde:

Apesar do complexo contexto de saúde pública que atravessamos atualmente, todo o esforço realizado pelas autoridades e instituições de saúde é canalizado para garantir que é seguro recorrer aos serviços de saúde. Os efeitos do atraso do diagnóstico e tratamento das diversas patologias são substancialmente mais perigosos, acarretando um efeito danoso na morbilidade e mortalidade.

É fundamental não atrasar um diagnóstico. É fundamental não atrasar um tratamento. É fundamental não deixar este medo vencer.

 

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