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Insónias, angústia e falta de ar: Sofre de intoxicação causada por café?

A cafeína é uma substância psicoativa que afeta diretamente o cérebro e pode gerar sintomas semelhantes aos da ansiedade generalizada em indivíduos mais suscetíveis.

Insónias, angústia e falta de ar: Sofre de intoxicação causada por café?
Notícias ao Minuto

13:00 - 22/03/19 por Liliana Lopes Monteiro

Lifestyle Cafeína

Na opinião do chefe do setor de Psiquiatria do hospital Sainte Anne, em Paris, especializado em dependência química, o profissional explica que intoxicação causada por café pode ocorrer em indivíduos com uma maior sensibilidade à substância, geralmente com perfis ansiosos.

“Os efeitos do café são muito mais impactantes do que pensamos e, além disso, cumulativos. Quando tomamos um café, podemos ter sintomas de ansiedade ou insónias até 15 horas depois”, explica. “Não é um problema grave, mas quando existe essa complicação, torna-se desagradável, e é preciso lembrar do café e seus efeitos”, afirma em declarações à Globo.

O excesso da cafeína, diz, pode gerar também ataques de pânico, vertigens, diarreia e vontade frequente de urinar. “Habitualmente, quanto temos problemas induzidos por substâncias, existe uma sensibilização: quer dizer, podemos ter diferentes sensações com doses cada vez menores. É preciso prudência”, declara. O psiquiatra também lembra que, quando a pessoa interrompe o consumo e volta tomar café, uma pequena xícara já é suficiente para provocar o reaparecimento dos sintomas.

Café prejudica o sono profundo

A investigadora Julie Carrier é diretora científica da rede canadiana sobre o sono e o ritmo biológico, na Universidade de Montreal. Estudos realizados em laboratório revelaram que o café afeta o sono, mesmo quando consumido em pequena quantidade. “As pessoas de um modo geral sabem que a cafeína pode gerar dificuldades para dormir ou fazê-las acordar à noite, mas poucas têm noção de que a substância diminui o chamado sono lento e profundo”, diz.

Essa fase, conhecida como REM, abreviação de ‘rapid eyes mouvement’ é essencial para o repouso e para a cognição. Os olhos mexem-se, a atividade cerebral é intensa e os músculos ficam paralisados. É nesse momento da noite que sonhamos. Privar-se do chamado sono paradoxal aumenta o risco de sofrer doenças como a doença de Parkinson ou de Alzheimer, por exemplo, além de outros problemas de saúde.

De acordo com a investigadora, mesmo entre as pessoas que se consideram ‘resistentes’ ao café, há mudanças na estrutura do sono. A especialista e sua equipa estudaram os efeitos da cafeína no cérebro de adultos com mais de 40 anos, já que a qualidade do sono profundo tende a diminuir naturalmente. Os 75 participantes consumiam diariamente entre dois a três cafés. O resultado mostrou que, independentemente da sensibilidade individual, o café atrapalhava a chamada ‘arquitetura cerebral do sono profundo’.

“A questão real, penso eu, é: por que necessitamos de consumir cafeína? Deveríamos ser capazes de ter um nível de atenção e vigilância sem precisar de café para nos mantermos acordados”, afirma a investigadora, lembrando que, se for por uma questão de gosto, “existem ótimos descafeinados”.

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