Super Gonorreia: Resistente a antibióticos e sem cura. Entenda o perigo

A gonorreia está mais cada vez mais resistente ao tratamento com antibióticos e pode num futuro próximo tornar-se incurável.

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Liliana Lopes Monteiro
19/02/2019 09:00 ‧ 19/02/2019 por Liliana Lopes Monteiro

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Considerada a segunda doença sexualmente transmissível (DST) mais comum no mundo, a doença afeta milhões de pessoas por ano.

Todavia, a Organização Mundial de Saúde (OMS) alerta que o tratamento para a maleita está a tornar-se cada vez mais complexo - em alguns casos, até impossível - porque a bactéria responsável está a desenvolver resistência aos antibióticos existentes. Foi essa tão temida resistência que originou a nova denominação de supergonorreia.

"Se não tivermos mais apoio, se não encontrarmos o tratamento correto para a gonorreia, vai chegar um momento em que a doença vai tornar-se incurável", alerta Teodora Wi, especialista da OMS.

É com base nestes dados que a jornalista Kay Devlin, do programa da BBC Newsnight, explora os desafios envolvidos em impedir a propagação da supergonorreia e revela algumas formas surpreendentes de contaminação.

Desde a descoberta da penicilina, a gonorreia se tornou resistente a seis tipos diferentes de antibióticos.

Segundo a BBC News, no último ano, foram reportados três casos de supergonorreia no Reino Unido e dois na Austrália. Foram os piores casos já registados no mundo.

O primeiro envolveu um britânico que contraiu gonorreia na garganta após fazer sexo com uma mulher que conheceu por meio de uma aplicação de encontros amorosos na Tailândia.

Quando recebeu o tratamento tradicional contra a doença - uma combinação de azitromicina e ceftriaxona - os especialistas constataram que o organismo não respondia aos antibióticos.

E apesar das tentativas de identificar e tratar a mulher que transmitiu a infecção - para impedir a propagação da doença -, esta nunca foi encontrada.

"Com aplicações como o Grindr e Tinder, é incrivelmente fácil fazer sexo com desconhecidos. Isso significa que não há muitas informações sobre o parceiro e a sua saúde", explica a médica Tas Rashid, especialista em saúde sexual.

Segundo a clínica, esse é um dos grandes desafios para impedir a propagação da doença.

Estão em curso, no entanto, ensaios clínicos para tentar desenvolver novos tratamentos para a supergonorreia, de acordo com a Parceria Global de Pesquisa e Desenvolvimento de Antibióticos (GARDP).

O que é gonorreia?

A doença é causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae.

Trata-se de uma infeção sexual que é transmitida por meio da relação sexual sem uso de preservativo - seja vaginal, anal ou oral.

Adicionalmente, é importante reter que a gonorreia também pode passar para os olhos por meio das mãos ou para outra parte do corpo que contenha fluídos corporais infetados.

Os sintomas incluem secreção purulenta esverdeada ou amarelada encorpada, dor ao urinar e sangramento no intervalo de cada menstruação.

No caso das mulheres, principalmente, a doença pode ser silenciosa e não apresentar sintomas.

Quando não tratada, a gonorreia pode levar à infertilidade, à transmissão para o feto durante a gravidez e a doenças inflamatórias pélvicas.

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