Na Europa, Austrália e Estados Unidos, estima-se que que entre 39 e 59% dos cães seja obeso. Os dados alertam para uma realidade que é comum entre a população humana, devido a um estilo de vida sedentário e pouco saudável, mas afeta também, em grande escala, a população canina, sendo atualmente apontada como a maior ameaça para estes animais.
O motivo, tal como acontece com o ser humano, prende-se com a má alimentação e falta de exercício físico, embora possa estar também associado o fator genético, segundo aponta um grupo de cientistas que garante que mutações genéticas levam os cães a ‘procurar’ mais comida do que aquela que o seu organismo carece.
Mas a maior atenção dada por tais cientistas à questão da obesidade nos cães advém de aspetos cognitivos e de personalidade, ou seja, a relação que cada cão tem com a comida, desde o acesso à mesma às recompensas em forma de alimento que os donos lhes oferecem – que o cão aceita de forma mais ou menos imediata caso entenda, ou não, por que está a ser recompensado. É neste comportamento que se vê a personalidade do cão, que os investigadores veem como potencial objeto de estudo.
Em suma, quanto maior o ‘desejo’ e procura por alimentos energéticos (ricos em gordura e sal) maior a sensibilidade do cão ao problema da obesidade, um aspeto que se assemelha ao caso humano.
Posto isto, a questão que se coloca é ‘como contrariar’?
Para responder à dúvida, os autores do estudo aqui referido confirmaram que há de facto uma relação entre o atual estado de obesidade nos cães, e consequente comportamento, e os hábitos alimentares que tinham antes do problema, a que respondiam com maior entusiasmo e sensibilidade à comida no caso de desenvolverem obesidade. Uma postura que se equipara à dos humanos.
Do mesmo modo, os problemas cardiovasculares e grande risco de se desenvolver obesidade são também consequências do excesso de peso nos cães. Para o combater e evitar o problema, os donos devem garantir que o cão não é estimulado a ver qualquer comida como recompensa por tudo o que faz, além de manter uma alimentação saudável, nas doses certas, e incentivar à atividade e exercício físico.