O que a cor dos olhos e o odor corporal dizem sobre a atração sexual

Uma das hipóteses é corroborada pela ciência, já a outra não.

Notícia

© iStock

Liliana Lopes Monteiro
02/05/2018 13:00 ‧ 02/05/2018 por Liliana Lopes Monteiro

Lifestyle

A ciência explica

Os homens acabam por se casar com as mães e as mulheres com os pais? E selecionam os companheiros pelo cheiro de forma a terem filhos mais saudáveis? Hipóteses antigas e que foram ambas testadas em dois estudos diferentes. Porém, apenas uma delas parece ter sido vendicada.

Janek Lobmaier da Universidade de Berna, na Suíça, e uma equipa de investigadores, analisaram a questão do cheiro. O seu trabalho foi publicado no periódico Proceedings of the Royal Society. Já Lisa DeBruine, da Universidade de Glasgow, no Reino Unido, e os seus colegas, num artigo científico publicado na base de dados bioRvix, debruçaram-se sobre a cor dos olhos – mais precisamente se a cor dos olhos do companheiro de alguém é a mesma do progenitor pertinente.

Lobmaier procurou testar a ideia de que os indivíduos ‘snifam’ literalmente os seus parceiros para detetar a presença apropriada dos genes de complexo principal de hiscompatibilidade (MHC). Os indivíduos com genes MHC variados apresentam uma maior probabilidade de virem a gerar filhos saudáveis. Estes genes são detetados através do odor corporal, e como tal não é surpreendente que muitas espécies de animais escolham, com base no cheiro, parceiros com genes MHC diferentes.

Já se a espécie humana faz o mesmo, não é claro. Pesquisas produziram resultados equívocos. Lobmaier recrutou 42 mulheres que doaram o seu odor e 94 homens que iriam avaliar esses odores, todos eles disponibilizaram amostras de sangue que o investigador analisou para determinar quais as versões que possuíam dos seis genes de MHC.

Foi pedido a todos os homens que avaliassem o cheiro de oito mulheres, que foi recolhido através de cotonetes esfregados nas axilas. Quatro das oito mulheres tinham genes MHC semelhantes aos dos homens que estavam encarregues de cheirar, e as outras quatro tinham genes carateristicamente diferentes.

Já para o seu estudo DeBruine, analisou 150 homens e 150 mulheres, metade dos quais em ambos os géneros estavam envolvidos em relacionamentos duradouros com parceiros do mesmo sexo. Perguntou aos participantes acerca da cor dos seus olhos, da cor dos olhos do parceiro e ainda dos pais. DeBruine pretendia testar três hipóteses: que as pessoas se sentem atraídas a parceiros semelhantes a si próprios; que as filhas herdam as preferências por parte da mãe e os filhos pela parte do pai (e como tal vão preferir a cor dos olhos do outro progenitor); ou que as preferências são formadas diretamente por um dos pais.

Para os heterossexuais, porém, o resultado da segunda e da terceira hipótese seria o mesmo. Ao incluir homens e mulheres homossexuais na amostra DeBruine pensou que talvez assim conseguisse obter uma distinção entre as duas premissas. Ou seja, um filho gay se iria focar no pai, já uma filha gay iria possivelmente fixar-se na mãe.

O que de facto aconteceu. Ao analisar os dados, a cientista concluiu que os homens homossexuais e as mulheres heterossexuais mostravam o dobro da probabilidade de virem a ter um parceiro amoroso com uma cor de olhos semelhante ao do pai. Igualmente, homens heterossexuais e mulheres gay estavam mais predispostas, também o dobro, a escolherem um companheiro com a cor de olhos igual à da mãe.

Apesar da cor dos olhos ser apenas uma de várias caraterísticas que potencia o interesse amoroso, neste caso em particular, essa atração parece estar à partida programada.

Quanto a Lobmaier, o médico, concluiu que apesar dos homens envolvidos no seu estudo expressarem apreciação ou não relativamente aos odores femininos aos quais foram expostos, os resultados apurados não mostraram qualquer relação com os níveis de MHC das mulheres envolvidas naquele estudo. Quanto a esta hipótese as pesquisas terão que continuar.

 

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas