Segundo fonte dos trabalhadores, em declarações à Lusa, elementos da administração da transportadora viajaram de Barcelona até à capital francesa e exigiram um documento de compromisso por parte dos funcionários para acabar a paralisação, que dura desde domingo e está prevista até ao próximo domingo.
"Não houve conclusão. Queriam que assinássemos um papel para o fim da greve para voltarmos a reunir no dia 09 [de agosto], mas não apresentaram números. Assumiram estar dispostos negociar e a aumentar os salários, mas não deram qualquer percentagem. Assim, a greve continua. Não queremos ser enganados", afirmou a mesma fonte.
Entre os trabalhadores em greve, no aeroporto de Orly, encontram-se 25 portugueses. O dirigente sindical Clément Viaud, do sindicato SNPNC/FO, tinha adiantado à Lusa que 90% do total de 65 tripulantes de cabine baseados em Paris aderiram à greve.
A operação da Vueling desde Paris para Lisboa e para o Porto, o sul de França e Espanha tem registado alguns atrasos devido à greve, mas não cancelamentos, uma vez que a empresa está a recorrer a tripulantes baseados noutras cidades europeias, segundo os trabalhadores com os quais a Lusa falou, os quais consideram aquela prática ilegal.
Os trabalhadores em greve consideram que o ordenado final (1.500 euros, além de alguns subsídios) não é suficiente para fazer face ao custo de vida de Paris e reclamam um aumento, referindo que as companhias áreas "low cost" que têm trabalhadores baseados em França pagam em média mais 700 euros por mês do que a Vueling.
O grupo de aviação IAG, a que pertencem as companhias British Airways, Iberia e Vueling, entre outras, teve lucros de 567 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, mais 2,3% do que em igual período do ano passado. Em 2016, a Vueling transportou 28 milhões de passageiros.