Mind Up quer afastar estigmas. Aqui, a doença mental não é obstáculo

Ser diagnosticado com doenças mentais é quase sempre uma sentença de 'morte' laboral. Para mudar a dura realidade de quem nada fez para ser excluído do mercado de trabalho, a Fundação São João de Deus criou um novo espaço onde os preconceitos não entram.

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Bruno Mourão
13/05/2017 08:11 ‧ 13/05/2017 por Bruno Mourão

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Apoiar, abrir portas e ajudar a recuperar: Estes são os objetivos do Mind Up, um inovador espaço de 'coworking' criado pela Fundação São João de Deus para dar atenção especial a quem tem doenças mentais. 

"No cowork, de espaço limitado a cerca de seis coworkers, está sempre presente uma psicóloga. É Filipa Aniceto, psicóloga clínica, quem diariamente acompanha os participantes do Mind Up e os ajuda a orientar os seus projetos", explica a Fundação em comunicado oficial enviado para a redação do Economia ao Minuto, antes de explicar que o projeto "nasce da ideia de que as pessoas conferem sentido à vida quando realizam ações com sentido e significado, tendo o apoio de uma rede de suporte que acredite nas suas capacidades e os ajudem a concretizar o seu potencial". 

O primeiro caso de sucesso no Mind Up é o de Carlos, um engenheiro promissor que aos 40 anos se viu confrontado com um diagnóstico de distúrbio bipolar e perdeu o emprego e muita da esperança que tinha no futuro. No espaço Mind Up, Carlos encontrou uma segunda oportunidade e encontrou vários outros interesses que tinham ficado esquecidos ao longo dos anos. 

"De olhar a brilhar e sorriso rasgado, o Carlos fala de filmes, de planos de imagem e mostra com orgulho fotografias e vídeos de viagens que fez pelo mundo”, conta a psicóloga Filipa Aniceto, revelando que o talento escondido do primeiro participante do projeto Mind Up foi revelado através da formação em edição de vídeo. 

"Atualmente,  este estreante do cowork realiza diversos vídeos promocionais, em articulação com profissionais da área, fotografa actividades e projetos comunitários", explica a Fundação São João de Deus. A psicóloga Filipa Aniceto acrescenta que no futuro, Carlos pensa mesmo em organizar uma exposição com os trabalhos fotográficos que realizou. 

"Como Carlos, muitas outras pessoas se encontram na mesma situação. A doença mental não escolhe idades, carteiras, profissões ou estatutos sociais. É importante estar atento aos sintomas iniciais, mas também perceber que ter uma doença mental não é o fim da linha", aela a Fundação, dando nota do espírito de aceitação que caracteriza o projeto Mind Up.

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