Financial Times e a dívida portuguesa: "O maior risco ficou para trás"

Publicação britânica afirma que os investidores estão hoje mais otimistas relativamente à dívida portuguesa.

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João Oliveira
04/05/2017 13:00 ‧ 04/05/2017 por João Oliveira

Economia

Investidor

Ainda que o défice se tenha, de facto, fixado nos 2%, a dívida pública não diminuiu e continua situada nos 130% do PIB do país, mas isso não são, pelo menos segundo o Financial Times, más notícias, uma vez que, segundo a publicação, os investidores estão hoje mais otimistas em relação à dívida de Portugal.

Entrevistada pelo jornal britânico, Fanny Jacquemont, gestora de ativos do fundo francês CPR Asset Management SA, diz que “o maior risco [da dívida portuguesa] ficou para trás” e que “a dinâmica macroeconómica está a melhorar, o Governo está muito empenhado em reduzir o défice, o sistema bancário está a resolver os seus problemas".

A opinião de Jacquemont, contudo, não é inteiramente subjetiva, como faz ver o Times, que falou também com um especialista em dívida pública do Citi Bank. Philip Brown aponta a dívida lusa como a única da zona euro com possibilidade de retorno – na ordem dos 3,9% - e onde reside "um potencial de subida enorme".

Ao longo do texto, faz-se uma análise às taxas de juro desde que António Costa assumiu o poder. Desde outubro de 2015, os ‘extras’ (taxas de juro) a serem pagos pela dívida têm vindo a aliviar desde a formação da Geringonça, contrariando as previsões dos investidores que na altura expressavam o receio do “programa anti-austeridade" anunciado por Costa.

E é precisamente sobre Costa que se multiplicam elogios, merecidos não só por metas como o défice de 2% (o mais baixo dos últimos 40 anos), mas também pelo crescimento da economia há 13 trimestres consecutivos, aos quais ainda se alia a descida do desemprego.

“António Costa mostrou estar comprometido com as metas orçamentais acordadas com os credores internacionais e, ao mesmo tempo, os indicadores económicos sugerem que as perspetivas económicas se estão a tornar mais risonhas desde o início de 2017”, destaca Kate Allen, autora do artigo.

Não se deve esquecer, contudo, o risco que ainda persiste, nomeadamente pela situação delicada da banca portuguesa e o rating de lixo atribuído por três agências de notação financeira (Moody’s, Standard & Poor’s e Fitch), tal como as ameaças à instabilidade política da Europa, como por exemplo as eleições francesas.

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