"Em ação noturna, como é habitual, o Conselho de Administração [CA] volta a atacar os trabalhadores da RTP. Agora foi a denúncia de numerosas isenções de horário e do regime de jornada contínua. A Comissão de Trabalhadores não foi consultada, como manda a lei, para ser tomada qualquer destas decisões", revela a CT, em comunicado enviado hoje à noite à Lusa.
A CT alerta que "uma coisa ficou clara na resposta do presidente do CA à afirmação da CT sobre a ilegalidade de despedir numa empresa que dá lucro: o presidente quer, à viva força, preparar o terreno para o despedimento coletivo".
Criticando a decisão agora tomada "unilateralmente", a CT defende que a mesma revela "uma enorme irresponsabilidade e uma absoluta falta de noção sobre as consequências que teria para o funcionamento da estação pública amputar-lhe substancialmente as jornadas contínuas e as isenções de horário".
A rádio e a televisão, "com a sua elevada quota de imponderáveis", não pode ser gerida com "a mesma rotina de uma repartição pública", criticam os trabalhadores.
De acordo com a CT, a administração "nem sequer se preocupa com as incontroláveis consequências financeiras destas medidas ou com o facto de já hoje existir um excesso de horas extraordinárias, a atingir em alguns casos mais de 700 por ano".
Para a CT, tal situação irá "agravar-se a partir de agora".
A CT diz perceber agora "o motivo da obstinação do conselho de administração em romper todo e qualquer diálogo" com este órgão representativo dos trabalhadores.
"O nosso parecer seria sempre irredutivelmente oposto a qualquer destas medidas", observam.
A CT considera ainda que "estas medidas seguem-se a outras que já devoraram boa parte do salário e precedem outras, que virão ainda".
A Lusa procurou ouvir um comentário da administração da RTP mas ainda não foi possível.