Participação do Novo Banco deve mudar mas Moza Banco quer manter parceria
A participação do Novo Banco (NB) no Moza Banco, em Moçambique, deverá sofrer alterações, mas a parceria "continua a fazer sentido", seja qual for o figurino que venha a assumir, disse hoje à Lusa o presidente do Moza.
© Lusa
Economia Moçambique
"O Novo Banco já comunicou às autoridades e aos demais parceiros que por razões internas não irá participar na operação de aumento de capital que nesta fase está a decorrer no Moza Banco", referiu João Figueiredo, em resposta a questões colocadas pela Lusa, em Maputo.
Nestes termos, "o atual contexto que o Novo Banco atravessa é uma condicionante e, como é normal, a consequência natural deste posicionamento será uma diluição da sua participação", acrescentou.
"Independentemente de a relação de capital poder vir ou não a manter-se, a parceria com o Novo Banco, que até poderá vir a assumir outros figurinos, continua a fazer sentido para nós e para aquele banco", sublinhou João Figueiredo
As duas instituições bancárias atravessam momentos decisivos.
Em Portugal, foi assinado em 31 de março um contrato de promessa de compra e venda entre o Fundo de Resolução e o fundo norte-americano Lone Star, para a alienação de 75% do Novo Banco, mantendo o Fundo de Resolução 25%.
Em Moçambique, o Moza Banco, participado a 49% pelo NB e em 50,9% pela Moçambique Capitais, teve ser intervencionado: recebeu uma injeção de oito mil milhões de meticais (104 milhões de euros), em dezembro, por parte do banco central - e decorre agora um aumento de capital 8,17 mil milhões de meticais (107,7 milhões de euros).
João Figueiredo foi chamado pelo Banco de Moçambique em setembro de 2016 para inverter a situação classificada pelo regulador como "insustentável".
Como instituição participada pelo NB, o Moza acompanha "naturalmente" e "de forma atenta a evolução da vida societária daquele banco", referiu em resposta escrita a questões colocadas pela Lusa.
"Temos confiança na evolução do Novo Banco, uma Instituição com forte enraizamento no sistema financeiro português, e aguardamos com espectativa positiva o desfecho do processo em curso", sublinhou João Figueiredo.
O que vai acontecer com a participação no Moza é ainda uma incógnita.
"Julgamos que tudo dependerá do potencial investidor que vier a entrar no capital deste banco, da sua visão e do seu posicionamento estratégico", mas João Figueiredo acredita que a relação com o NB tem futuro.
"Devo sublinhar que da parte do Novo Banco temos tido, desde a intervenção do Banco de Moçambique, uma cooperação franca e muito importante", acrescentou.
Segundo dados do regulador, no final de 2016, o Moza é o quarto maior banco de Moçambique com mais de 93 mil clientes particulares, oito mil empresas e uma quota de 7,71% do mercado, com 48 agências em praticamente todo o país.
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