O 'annus horribilis' da Uber e a aposta na recuperação
Em menos de oito meses, a empresa liderada por Travis Kalanick passou de inquestionável gigante com capacidade para mudar o mercado uma de muitas empresas a prestar o mesmo serviço e as dúvidas começam a surgir entre os investidores.
© Reuters
Economia Estados Unidos
Provocou protestos, justificou agressões e deu azo a muita polémica em todo o mundo pela batalha direta com os táxis, mas poderá ser a concorrência mais próxima a fazer cair a Uber do pedestal em que estava há apenas oito meses.
Mesmo com a feroz batalha contra os taxistas em todo o mundo, os investidores nunca duvidaram da inovação que a Uber trouxe ao mercado dos transportes e tornaram a startup norte-americana na empresa não-cotada em bolsa mais valiosa do mundo. Sob a liderança de Travis Kalanick, tudo parecia correr sobre rodas, mas a dura realidade de sair dos Estados Unidos e apostar no mercado chinês começou a mostrar as primeiras falhas na estratégia da Uber.
Pela inovação que traz à maior parte dos países, é crucial que a Uber seja a primeira empresa deste género a chegar ao mercado. No entanto, a Didi Chuxing antecipou-se e com o apoio da Apple e Alibaba, conseguiu assumir uma posição dominante antes sequer de ter a concorrência da Uber nas grandes cidades chinesas.
Ao início, Kalanick ainda tentou apostar forte para ultrapassar a concorrência, mas mais de 800 milhões de euros depois, a estratégia foi um fracasso e a Uber viu-se obrigada a anunciar este mês uma fusão parcial com a Didi para tentar salvar a honra e reduzir os potenciais efeitos negativos no bolso dos investidores e nas contas da empresa.
Juntando a aposta falhada na China ao elevado investimento no mercado europeu para assumir uma posição de destaque, a Uber já perdeu cerca de 1,13 mil milhões de euros no primeiro semestre deste ano, um valor que ainda deverá aumentar até dezembro.
O Business Insider garante que a pressão para que a empresa entre em bolsa é cada vez maior, com os investidores a desconfiarem do potencial de crescimento e a clamarem pela possibilidade de recuperar uma parte do investimento feito através da venda de ações.
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