O desemprego jovem está a descer progressivamente desde o auge da crise económica que afetou Portugal, mas para os jovens, a realidade ainda não é a mais animadora.
Apesar das elevadas qualificações e da vontade de entrar no mercado de trabalho para construir uma vida independente, uma parte significativa dos filhos é obrigada a recorrer à ajuda dos pais em idades que noutros tempos eram de liberdade financeira. Para os pais, a realidade é preocupante, mas quase ninguém pondera deixar de apoiar os filhos em situação de necessidade.
Num estudo realizado pelo Cetelem, 93% dos inquiridos considera que ajudar os filhos financeiramente já depois de saírem de casa é inevitável, uma percentagem que está entre os números mais altos da Europa. Apenas em Espanha os pais chegam a um nível semelhante de preocupação com os filhos, uma situação que é explicada pelas dificuldades económicas.
"Trata-se de dois países onde a entrada na vida ativa é bastante mais difícil e onde as taxas de desemprego são muito elevadas, especialmente entre os jovens", explica Diogo Lopes Pereira, diretor de marketing do Cetelem, em comunicado enviado à redação do Economia ao Minuto.
No que toca à preocupação com o futuro social e financeiro dos filhos, cerca de 88% dos pais portugueses assumem-se muito apreensivos com a probabilidade de fracasso dos filhos, uma realidade apenas ultrapassada em Espanha (92%).
"não é de estranhar que, em Portugal e em Espanha, os pais se mostrem mais preocupados com a situação financeira e pessoal dos seus filhos (…) naturalmente que esta tendência também reflete caraterísticas dos próprios povos e os da europa do sul são conhecidos pela proximidade à família", conclui Diogo Lopes Pereira.
Com cerca de 80% dos pais a admitirem pagar ou ajudarem a pagar despesas correntes dos filhos, a realidade financeira em Portugal parece estar longe do equilíbrio pretendido.