"Este Orçamento acabou por ser uma manta de retalhos"
Luís Marques Mendes faz análise à nova proposta para o Orçamento de Estado, já com ‘luz verde’ de Bruxelas.
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Economia Comentário
No habitual comentário de domingo à noite, na SIC, o primeiro tema em análise de Luís Marques Mendes foi a nova proposta para o Orçamento de Estado que obteve esta semana ‘luz verde’ de Bruxelas, entre muitas exigências e cedências.
Antes de fazer a análise aos aspetos positivos e negativos do Orçamento, o social-democrata lembra que “este foi o primeiro Orçamento a ser submetido a Bruxelas antes de ser aprovado no Parlamento”, algo que tem a ver com o facto de o país “ainda estar numa fase muito debilitada” e ter de, por isso, “respeitar os compromissos assumidos no Tratado Orçamental”.
Seguiu-se a análise detalhada sobre o documento. Marques Mendes destaca, pela positiva, “a redução do défice, que com as exigências de Bruxelas fica agora nos 2.2%”. “Um défice mais baixo significa menos dívida”, explicou. Outro fator positivo incide sobre a redução da taxa de crescimento, que está prevista nos 1,8%. “Mas isso não é mau? Não. Se a taxa de crescimento fosse muito elevado, teríamos um buraco no futuro”, exemplificou. Por fim, “a reposição de rendimentos na Função Pública”, algo que o político diz “ser sempre positivo”.
Sobre os aspetos negativos do novo Orçamento de Estado, Marques Mendes lamenta “o aumento de impostos”, solução que o Governo encontrou para compensar o aumento de rendimento das famílias, erro esse que, diz, “podia ter sido evitado”.
"Havia alternativa? Sim. Aquela que o PS propôs na campanha: uma reposição dos rendimentos e da sobretaxa em dois anos, de forma mais gradual. Se fosse mais gradual havia menos despesa no início, logo não havia necessidade de aumentar impostos”, lembra.
Outra das falhas apontadas pelo comentador é a inexistência de uma “estratégia de crescimento económico e de emprego”. “Essa estratégia estava prevista na visão inicial do PS, que era baixar a TSU e com isso fomentar mais rendimentos. Com mais rendimentos, as pessoas compravam e investiam mais e assim reanimavam a economia. Isso caiu. A TSU caiu, ou seja, o programa do PS caiu”, sintetiza.
Em jeito de conclusão, Marques Mendes deixa uma forte consideração sobre o resultado final das negociações entre o Governo e Bruxelas: “Este Orçamento acabou por ser uma manta de retalhos. Acho que está tudo virado do avesso”.
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