A Selic é a principal arma usada pelo Governo para conter a alta dos preços no Brasil, que ficou no ano passado em 10,67%.
A subida da Selic poderia prejudicar a economia porque juros maiores encarecem os empréstimos e desestimulam o consumo. E, sem consumo, caem as vendas e a produção.
O Copom indicou, em comunicado, que manteve a taxa depois de avaliar o cenário macroeconómico, as perspetivas para a inflação e o atual balanço de riscos.
O presidente do Banco Central, Antonio Tombini, e outros quatro membros votaram a favor da manutenção da taxa de juro. Dois membros do comité votaram na subida da Selic para 14,75%.
A reunião do Copom gerou muitas expectativas porque na terça-feira o FMI (Fundo monetário Internacional) alterou a projeção de queda do PIB brasileiro em 2016, de 1% para 3,5%.
O FMI indicou que a retração da economia no país em 2015 será de 3,8%. Em 2017, a nova expectativa é de crescimento zero, um parecer negativo ante projeção anterior do órgão, que esperava uma alta de 2,3% do PIB no país no próximo ano.
Tombini divulgou uma nota no mesmo dia informando que as projeções do FMI seriam consideradas na decisão do Copom.
A manifestação pública do presidente do Banco Central brasileiro surpreendeu os analistas porque o órgão normalmente não se pronuncia na véspera de o comité divulgar seu parecer sobre a Selic.