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Ajustamento português seria "mais abrupto" sem solidariedade europeia

O presidente do banco central alemão afirmou hoje que o ajustamento económico português "era inevitável" e que, sem "solidariedade internacional e europeia", este processo "teria sido muito mais abrupto", reiterando que as reformas são para continuar.

Ajustamento português seria "mais abrupto" sem solidariedade europeia
Notícias ao Minuto

21:49 - 10/12/15 por Lusa

Economia Jens Weidmann

Jens Weidmann, que falava numa conferência organizada hoje em Lisboa pelo Banco de Portugal e pela Ordem dos Economistas, afirmou que os défices da conta corrente são "um sintoma de países que estão a viver acima das suas possibilidades", acrescentando que Portugal tinha um défice da conta corrente de 12% do Produto Interno Bruto (PIB) antes da crise, "o que definitivamente não era sustentável".

Para o responsável do Bundesbank, "o ajustamento económico era inevitável" e, se países como a Grécia, a Irlanda ou Portugal "não tivesse contado com a solidariedade europeia e internacional, o processo de ajustamento teria sido muito mais abrupto", porque a falta de acesso aos mercados "teria forçado estas economias a equilibrar a sua conta corrente imediatamente".

Novamente em relação a Portugal, Weidmann afirmou que o país "implementou medidas de consolidação e reformas estruturais significativas", destacando que a recuperação portuguesa, mas também a de Espanha e da Irlanda, "provam que os esforços de ajustamento estão a compensar".

O mesmo responsável disse que, para retirar mais benefícios destas medidas e para aumentar o crescimento, "o ajustamento orçamental, as reformas estruturais e as políticas salariais moderadas têm de continuar", reconhecendo, no entanto, que "tais políticas não são sempre populares".

Jens Weidmann citou um artigo do professor Pedro Santa Clara no jornal britânico Financial Times para afirmar que "o crescimento é um negócio doloroso" e para acrescentar que "não ter crescimento é ainda mais doloroso".

O presidente do Bundesbank disse ainda que uma das "lições mais importantes que aprendeu com a crise recente" foi de que os países "têm de se adaptar às exigências da união monetária".

"Isto quer dizer, em particular, adaptarem-se ao facto de os aumentos salariais acima do crescimento da produtividade já não poderem ser compensados por desvalorizações cambiais", explicitou.

Para Weidmann, "as políticas económicas nacionais precisam de fiscalização coletiva" e, "no que se refere a desequilíbrios nacionais, uma negligência benigna tem de pertencer ao passado".

O presidente do banco central da Alemanha deu o exemplo alemão, considerando que "isto também é verdade para economias com excedentes persistentes da conta corrente".

Jens Weidmann afirmou que "as regras orçamentais não são desnecessárias nem penalizadoras para a zona euro", mesmo numa altura em que se assiste a uma "elevada entrada de refugiados" ou em que se "combate o terrorismo".

Além disso, o responsável do banco alemão defendeu que o atual debate em torno da flexibilização das regras do Pacto de Estabilidade "é enganador", uma vez que "dá a impressão que políticas orçamentais sólidas dificultam funções públicas importantes".

"Mas o oposto é que é verdade. Finanças públicas sólidas são um requisito para enfrentar desafios específicos", concluiu.

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