O presidente do Caixa-BI, uma das instituições financeiras que intermediou a operação de venda da última participação do Estado na eléctrica, considerou que "há um equívoco" em relação ao negócio, quando se afirma que a Parpública, gestora das participações públicas, registou perdas com a operação.
Na cerimónia na Bolsa de Lisboa, Jorge Cardoso explicou que a Parpública deu as acções agora alienadas como garantia para um empréstimo de 1.000 milhões de euros, em 2007, mas "nunca vendeu acções a seis ou sete euros".
"Se há alguma coisa é que a Parpública teve cinco anos de juros baixos e agora vendeu as acções a um preço que consideramos interessante", declarou.
O presidente do Caixa-BI realçou que a última participação do Estado foi vendida com um "desconto inferior ao valor médio obtido em operações similares", considerando por isso que "foi uma operação de sucesso".
Jorge Cardoso destacou ainda que o valor da venda, que foi concretizada a 2,35 euros por acção, foi em 8% superior ao preço médio da acção nos últimos seis meses, realçando ainda a "felicidade" de, no dia anterior à venda, o valor dos títulos da EDP estarem em máximos de 12 meses.
Segundo o responsável, 95% da procura à compra da última participação do Estado foram investidores internacionais, sendo 75% proveniente dos Estados Unidos e Reino Unido.
A Parpública vendeu na passada quinta-feira as últimas acções detidas na EDP, num total de 4,144% do capital social da eléctrica, com um encaixe de 356 milhões de euros.
A colocação não conseguiu atingir o valor do reembolso (1.015 milhões de euros) da emissão obrigacionista que a Parpública devolveu a 18 de Dezembro passado aos investidores, o que equivale a uma diferença de valor de 659 milhões de euros.
