Construção mantém "comportamento instável" nos primeiros meses do ano
O setor da construção manteve nos primeiros meses do ano um "comportamento instável" marcado pela melhoria da confiança dos empresários, crédito à habitação e desemprego, mas agravamento do crédito às empresas e do emprego, revela hoje a federação setorial.
© Reuters
Economia FEPICOP
Segundo as conclusões da análise de conjuntura de junho de 2015 da Federação Portuguesa da Indústria da Construção e Obras Públicas (FEPICOP), "do lado positivo" estão aspetos como a confiança dos empresários, o crédito à aquisição de habitação e a avaliação bancária para o efeito, o licenciamento de habitação e o desemprego oriundo do setor.
Já o crédito às empresas, a procura, o licenciamento no segmento não residencial, o emprego assegurado pelo setor e o mercado das obras públicas imprimiram um "andamento manifestamente negativo da atividade".
De acordo com a FEPICOP, em março de 2015 os empresários da construção revelavam estar mais otimistas do que há um ano quanto à produção do setor, nível de atividade e situação financeira.
"A este sentimento pode não ter sido alheio o facto de, nos primeiros três meses do ano, o crédito à habitação ter registado um aumento homólogo de 43%, tendo atingido os 715 milhões de euros, ainda assim incomparável com os 2.476 milhões de euros concedidos em igual período de 2010", nota a federação.
Por outro lado, refere, em abril o valor médio da avaliação bancária apresentou também uma subida de 2,6%, para 1.016 euros o metro quadrado, mas o crédito às empresas manteve-se em queda e registou em março uma redução homóloga de 12,7%, com a procura insuficiente e os aspetos financeiros a continuarem a ser apresentados pelas empresas como os "maiores condicionantes à atividade".
De janeiro a março foram licenciadas 2.175 obras, mais 4,8% do que no período homólogo de 2014, mas enquanto as licenças de construção de habitação nova aumentaram 15,6%, as obras de reabilitação caíram 11,8%.
No segmento não residencial, a FEPICOP aponta quebras do licenciamento tanto na construção nova (-8,2%) como na reabilitação (-14,7%), referindo que, devido à "forte redução" de 43% registada nos edifícios industriais, a área licenciada caiu 8,6%.
Até ao final de abril foram promovidos 625 concursos de empreitadas de obras públicas, menos 41% em valor face ao período homólogo de 2014, tendo também o volume de contratos celebrados nos primeiros quatro meses de 2015 caído 41% face ao período homólogo.
Quanto ao número de desempregados com origem na construção, apresentou uma redução homóloga em abril de 21,8%, mas a esta diminuição não foi acompanhada pela evolução do emprego assegurado pelo setor que, no primeiro trimestre de 2015, registava menos 5.800 postos de trabalho face ao último trimestre de 2014 e menos 8.100 face ao trimestre homólogo.
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