Presidente da Autoeuropa considera "catastrófico" ensino médio em Portugal
O presidente executivo da Volkswagen Autoeuropa, António Melo Pires, considerou esta sexta-feira "catastrófico" o "ensino médio" dirigido à área produtiva em Portugal e apelou à criação de uma política de fomento industrial supra-governo.
© Lusa
Economia Gestor
"Em termos de ensino médio é catastrófico, com o desmantelamento do ensino técnico, ao contrário do que acontece na Alemanha onde as escolas profissionais produzem aquilo que é necessário à indústria", disse António Melo Pires, durante ao I Fórum Portugal-Alemanha, que decorre hoje na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
Também à margem do evento, o responsável disse aos jornalistas que "o ensino a nível universitário é excelente, mas o ensino de nível médio é muito fraco", defendendo que "é preciso repensar o ensino dirigido à área produtiva" para poder aumentar a produtividade industrial.
"O plano estratégico seria apostar no ensino, é imprescindível para que Portugal daqui a 10 e 15 anos consiga apresentar uma coisa completamente diferente da de hoje", disse.
António Melo Pires comparou a realidade portuguesa com a alemã e afirmou que "os quadros médios são mal formados, sem capacidade tecnológica e não conseguem competir com o que se faz na Alemanha".
"Ninguém em Portugal foi capaz de ler os sinais que estavam a acontecer no Mundo. Alegremente utilizamos fundos europeus para actividades de tudo menos para actividades produtivas. Hoje encontramo-nos numa situação difícil de dificuldade de competir numa economia mundial", afirmou.
Por outro lado, considerou que a permeabilidade entre os universitários e o mundo industrial "é muito reduzida" em Portugal.
Para o gestor, Portugal tem que apostar numa "política de fomento industrial supra-governo, "que dure vários governos" e não fique "sujeita às orientações políticas de um governo".
"Tem que haver um plano estratégico nacional de vários anos, pluri-governo, para que a política seja consequente e seja seguida ao longo de vários anos", sublinhou o responsável, salientando a necessidade de "uma indústria forte e com competitividade acrescida", caso contrário Portugal "não vai conseguir sobreviver".
Além disso, defendeu "a ligação em 'clusters' à indústria e o aprofundamento do valor acrescentado a nível nacional.
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