Lesados do papel comercial não receberam formalmente proposta

Os clientes lesados no papel comercial do Grupo Espírito Santo (GES) disseram hoje que não receberam formalmente qualquer proposta para resolver o seu problema, mas realçaram que as notícias divulgadas apontam apenas para um "início de negociação"

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© Reuters

Lusa
24/03/2015 16:20 ‧ 24/03/2015 por Lusa

Economia

Inquérito BES

"A proposta que ontem [segunda-feira] saiu para a imprensa não nos foi formalizada, é apenas um abrir de portas e um início de negociação para uma solução. Não levamos a sério sequer o conteúdo que lá vem", declarou Nuno Lopes Pereira, da Associação dos Indignados e Enganados do Papel Comercial.

O responsável falava aos jornalistas no parlamento, onde se encontrou com o presidente da comissão de inquérito à gestão do BES e do GES, Fernando Negrão, e fez, através do deputado do PSD, chegar uma missiva ao governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, que hoje está a ser ouvido pelos parlamentares.

Uma suposta proposta que visa o pagamento apenas parcial das verbas aplicadas pelos clientes de retalho do BES em papel comercial, aliada à obrigação de os mesmos investirem mais 10 ou 20 mil euros no banco, foi noticiada pela imprensa na segunda-feira.

Nuno Lopes Pereira sublinhou hoje que os clientes lesados nunca aceitarão menos que 100% do seu capital de volta.

Sobre o porquê de Carlos Costa não ter recebido os clientes no parlamento, o responsável da associação de lesados diz que tal é uma "reprimenda" por um protesto não oficial realizado no sábado passado por algumas pessoas em frente à residência do governador.

Ao ritmo de buzinas e de bombos, os manifestantes gritaram "gatuno" na rua de acesso ao prédio onde Carlos Costa mora, no Parque das Nações, depois de, durante a manhã de sábado, terem estado em protesto junto ao Centro de Congressos de Lisboa (antiga FIL).

A comissão de inquérito teve a primeira audição a 17 de novembro passado e hoje, para além de Carlos Costa, foi escutado o presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), Carlos Tavares.

A última audição prevista para a comissão de inquérito é a da ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, que prestará novo depoimento perante os deputados na quarta-feira.

Os trabalhos dos parlamentares têm por objetivo "apurar as práticas da anterior gestão do BES, o papel dos auditores externos e as relações entre o BES e o conjunto de entidades integrantes do universo do GES, designadamente os métodos e veículos utilizados pelo BES para financiar essas entidades".

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