Já lá vão quatro meses desde que os trabalhadores da Galp se insurgiram contra o facto de a petrolífera não emitir faturas, mas apenas talões, quando abastecem os automóveis recorrendo ao cartão Galp Frota.
A situação prolonga-se há 15 anos e os funcionários enviaram, em novembro, uma carta ao então diretor-geral da Autoridade Tributária (AT), Brigas Afonso, na tentativa de perceber se a prática configurava crime de evasão fiscal.
A Rádio Renascença dá conta de que, até agora, ainda não foi dada qualquer resposta, o que deixa os trabalhadores indignados. E, há duas semanas, uma nova carta foi enviada à Inspeção-Geral de Finanças.
“Há um desprezo, há um fechar de olhos a um problema que existe. Não havendo respostas, concluímos que foi desvalorizado por uma Autoridade Tributária que devia estar atenta a todos os problemas do género”, entende o coordenador da Comissão de Trabalhadores da Petrogal.
Não querendo estabelecer um paralelismo direto com a alegada existência de uma lista VIP (“Não vamos ser nós a dizer isso”) ou acusando o Fisco de favorecer a empresa, Hélder Guerreiro diz estar perante “negligência”. A falta de resposta “é curiosa”. “Não estamos a fazer uma ligação direta, mas foi a realidade que se encarregou de fazer essa ligação”, explicou.
Em resposta, a Galp informou que “os sistemas informáticos que o suportam não estavam preparados para a emissão de faturas”, mas os funcionários entendem que nenhuma alteração está a ser feita.
