Silva Peneda vai abandonar o cargo de presidente do Conselho Económico e Social para partir para Bruxelas onde irá ocupar a posição de assessor de Jean-Claude Juncker. Em declarações à Renascença, o presidente do CES deixa duras críticas ao FMI, afirmando mesmo que, neste momento, já não é necessário prestar tanta atenção às recomendações feitas por este organismo.
Esta posição é assumida depois de ter sido veiculado que o FMI estaria desconfiado do plano português agora que a troika abandonou o país.
Peneda diz que não reconhece ao FMI "competência técnica” porque demostraram ao longo do programa de ajustamento da troika “muitas fragilidades”, falando mesmos em “erros na elaboração do programa que nunca admitiram”.
“Havia uma obsessão em manter esses erros”, lembra o presidente do CES, que esteve presente reportando-se a várias reuniões em que esteve presente durante a presença da troika em Portugal.
Numa altura em que está em cima da mesa a possibilidade de terem de ser implementadas novas medidas e novas ‘reformas’ , Peneda diz que fica “nervoso” com o tema e questiona-se que mais cortes poderão ser feitos. “[O que são] reformas estruturais. O que é? Em que sectores?”, questiona, afirmando depois “querem desregular o mercado de trabalho no seu todo? Eu gostava que concretizassem o que significa. Privatizações? Já foi tudo feito”, remata.