O dono da Fibromade, empresa de madeiras do concelho de Paredes, Domingos Barros, viu em 2009 a concessionária AEDL expropriar-lhe 953 metros quadrados de um terreno da sua fábrica para alargar o nó da A41 (Circular Regional Exterior do Porto) com a A4 (auto-estrada de Trás-os-Montes e Alto Douro).
Em Fevereiro de 2009, todos os proprietários foram notificados da expropriação “urgente”. A proposta amigável apresentada a Domingos Barros foi de 9.600 euros, que incluía “a valorização de todas as benfeitorias e árvores existentes na parcela”, segundo uma carta da Brisa, acrescenta o JN.
Os valores propostos aos restantes proprietários de terrenos foram aproximados, sendo que alguns recusaram, mostrando-se indignados com a oferta de dois euros por metro quadrado e avançaram com processos judiciais, conseguindo assim um valor máximo de 60 euros, revelam vários proprietários ao JN.
Mas, os advogados de Domingos Barros firmaram um acordo com a AEDL no valor de 500 mil euros, ou seja, 5108% do valor da proposta inicial (9.600 euros). Acrescenta o jornal que, o pagamento coincidiu com as eleições em que o dono da Fibromade foi mandatário de Artur Penedos (antigo assessor de José Sócrates) pelo PS, e cujas despesas de campanha Domingos Barros admite ter financiado.
Ao JN, o dono da Fibromade recusa ter pedido ajuda a Artur Penedos e ter sido favorecido no negócio com a Brisa, salientando os prejuízos avultados que a destruição da estrutura da sua empresa iria implicar. Também contactado pelo jornal, Artur Penedos negou qualquer interferência.
[Notícia corrigida: substituição de A1 por A41]