"O país precisa de uma visão a médio prazo. O país tem de saber onde é que quer estar daqui a dez ou 15 anos e há condicionantes externas que não dominamos e que têm de ser discutidas internamente", defendeu o presidente do CES, no parlamento.
A posição de Silva Peneda foi assumida na Assembleia da República no âmbito da discussão na especialidade do Orçamento do Estado para 2015 (OE2015), na qual ouviu críticas dos deputados da maioria PSD e CDS-PP sobre a discordância entre o CES e o Governo, espelhada no parecer desta entidade sobre o Orçamento para o próximo ano.
Silva Peneda foi direto e assumiu que a sua "divergência" com o Governo assenta no facto de haver em Portugal "uma ausência de debate sério sobre uma visão de médio prazo".
"A política em Portugal é feita muito para o curto prazo, muito para o imediatismo e portanto, se há aqui algum inconformismo, e se falamos na necessidade de um programa alargado a dez anos que persiga, ao mesmo tempo, o crescimento económico, a reforma do Estado - que é fundamental -, não vejo como se pode cortar na despesa sem encarar este problema real", afirmou Silva Peneda.
Relativamente à consolidação das contas públicas, o presidente do CES disse que tal é impossível sem um consenso: "não acredito que isso seja feito sem um compromisso político dentro desta casa".
