O Governo quer que os trabalhadores voltem a poder escolher se querem receber os subsídios de férias e de Natal em duodécimos ou da forma tradicional, segundo o Programa do Executivo que já foi entregue no Parlamento.
Afinal, o que são os duodécimos?
Na prática, trata-se de uma forma de pagamento faseado dos subsídios de férias e de Natal. Ou seja, em vez de receber os dois subsídios de uma só vez, pode optar por recebê-los parceladamente, ao longo dos 12 meses.
Por norma, refira-se, o subsídio de férias é pago em junho e o de Natal em novembro/dezembro.
Ao optar pelo regime de duodécimos, os trabalhadores recebem uma parte dos subsídios em conjunto com o salário, o que significa que a remuneração mensal é mais elevada.
O que quer o Governo?
No Programa do Governo, o Executivo refere que "cada trabalhador deve voltar a ter a prerrogativa de escolher como pretende que os subsídios (13.º e 14.º meses) lhe sejam pagos: na totalidade em dois momentos do ano ou em duodécimos, isto é, diluídos pelos 12 meses do ano".
Duodécimos: Vantagens e desvantagens
Receber os subsídios de férias e de Natal em duodécimos tem as suas vantagens e desvantagens. O blog Salto, do Santander, destaca as seguintes:
Vantagens
- "Mais liquidez mensal. Receber os subsídios aos poucos aumenta o valor do salário todos os meses, o que pode ajudar a equilibrar melhor as contas e a fazer frente a despesas regulares;
- Maior estabilidade financeira. O rendimento mensal torna-se mais uniforme, o que facilita o planeamento financeiro, especialmente útil para quem prefere previsibilidade em vez de entradas de dinheiro pontuais;
- Evita gastos impulsivos. Quando se recebe uma quantia grande de uma vez, há mais tendência para gastos por impulso. Com os duodécimos, esse risco reduz-se;
- Melhoria na gestão para as empresas. Para os empregadores, esta modalidade permite distribuir os encargos ao longo do ano, o que ajuda no controlo de tesouraria."
Desvantagens
- "Menos folga em momentos-chave. Se costuma contar com os subsídios para pagar férias ou prendas de Natal, pode sentir falta desse 'bónus' nessas alturas;
- Dificulta investimentos ou pagamentos maiores. Receber em duodécimos pode limitar a capacidade de fazer compras grandes ou de poupar de uma vez só;
- Perda do simbolismo. Para muitas pessoas, os subsídios de Natal e de férias têm um peso emocional, e esse impacto dilui-se com este modelo de pagamento."
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