"Estes direitos aduaneiros são praticamente definitivos", declarou o representante Jamieson Greer, numa entrevista pré-gravada e transmitida hoje pelo canal CBS.
Questionado sobre possíveis negociações para reduzir as sobretaxas aduaneiras, Jamieson Greer afirmou que não deverão acontecer "nos próximos dias".
Donald Trump assinou na quinta-feira o decreto que fixa o valor dos novos direitos aduaneiros, que afetarão várias dezenas de países, variando entre 10% e 41%.
As novas tarifas sobre as importações entrarão em vigor, para a maioria dos países, a 07 de agosto, permitindo que os serviços aduaneiros se organizem para a cobrança.
Os produtos da União Europeia, Japão e Coreia do Sul serão taxados em 15%, os do Reino Unido em 10%. A Indonésia enfrentará uma taxa de 19%, enquanto o Vietname e Taiwan sofrerão sobretaxas de 20%.
"Podemos ver claramente os contornos do projeto comercial do presidente através destas taxas", considerou o representante para o Comércio.
Os direitos aduaneiros são também um instrumento de pressão política para Donald Trump e o Brasil, acusado por levar a tribunal o ex-presidente Jair Bolsonaro, aliado de extrema-direita, verá os seus produtos sujeitos a uma taxa de 50% à entrada nos Estados Unidos.
"O presidente constatou no Brasil, como noutros países, um mau uso da lei, um mau uso da democracia", sublinhou Greer, considerando "legítimo utilizar estes instrumentos por razões geopolíticas".
O juiz do Supremo Tribunal do Brasil encarregado do processo de Jair Bolsonaro afirmou na sexta-feira que a justiça brasileira não se submeterá a "ameaças" da administração Trump.
O presidente norte-americano "foi eleito para avaliar a situação dos assuntos externos dos Estados Unidos e tomar as medidas adequadas", afirmou, por outro lado, Jamieson Greer.
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