Lucro da CGD desce uns ligeiros 0,5% para 393 milhões no 1.º trimestre

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) teve lucros de 393 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, pouco abaixo (-0,5%) dos 394,5 milhões de euros dos primeiros três meses de 2024, divulgou hoje o banco público.

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Lusa
22/05/2025 17:01 ‧ há 5 horas por Lusa

Economia

CGD

A margem financeira (a diferença entre os juros cobrados no crédito e juros pagos nos depósitos) desceu 11% para 636,2 milhões de euros, devido sobretudo à diminuição das taxas de juro.

 

Na apresentação dos resultados aos jornalistas, em Lisboa, o presidente executivo da CGD, Paulo Macedo, disse que, apesar do contexto de incerteza (desde logo internacional), o banco mantém uma perspetiva "positiva de ter um resultado expressivo em 2025".

O exercício ficou marcado pela reversão de imparidades, que rondaram os 104,1 milhões de euros no primeiro trimestre, um valor 6,5 vezes maior do que o registado no mesmo período do ano passado.

Esta reversão resultou de 51,6 milhões de euros de provisões e imparidades para riscos de crédito e 52,5 milhões de euros de outras provisões e imparidades, contribuindo para que a descida dos resultados operacionais fosse de apenas 1,1%.

Nos resultados hoje conhecidos, a CGD detalhou que 52,1 milhões de euros de 'outras provisões não recorrentes' estavam associados ao programa de reestruturação (que paga as compensações aos empregados que negoceiam a saída com o banco).

No período em análise, a operação em Portugal contribuiu com 358 milhões de euros e a atividade internacional com 34,5 milhões de euros, esta última impactada negativamente pelo reforço de provisões e imparidades do BCI em Moçambique, que provocou uma quebra de 12,9 milhões de euros no seu contributo para o Grupo Caixa.

Já o BNU Macau e o BCG em Angola apresentaram os maiores contributos para os lucros do grupo, com, respetivamente, 16,5 milhões de euros e 5,8 milhões de euros.

A rendibilidade líquida dos capitais próprios recuou de 16,8% no final de março do ano passado, para 15,3%.

Em Portugal, o efeito da descida das taxas de juro foi parcialmente compensado pelo contributo positivo do aumento da carteira de crédito, que representou 501,4 milhões de euros da margem financeira consolidada.

No geral, o crédito a clientes bruto aumentou 1,8% em termos homólogos, para 56.405 milhões de euros no primeiro trimestre, tendo subido 3,8% nas empresas e institucionais e 1,7% nos particulares -- dos quais 1,6% na habitação e 4,0% no consumo e outras finalidades.

Segundo Paulo Macedo, a CGD tem estado muito ativa no crédito à habitação, afirmando que nos meses de abril e maio o banco está a conceder crédito em cada mês de cerca de 450 milhões de euros.

O gestor atribuiu esta dinâmica do mercado de crédito à habitação com fatores como redução das taxas de juro, aumento dos salários, redução de IRS para jovens e a garantia pública para empréstimos à habitação a jovens.

Por sua vez, os depósitos cresceram 0,3% no balanço consolidado, para 87.023 milhões de euros. Na atividade doméstica, a subida foi de 0,8%, carregado pelo aumento dos recursos das empresas e institucionais (subida de 5,5%), que superaram a descida dos depósitos dos particulares (-0,4%). Na atividade internacional, a descida foi de 3,2%.

A CGD congratulou-se com a liderança na quota de crédito total (18%), particulares (19,1%) e crédito habitação (23,2%).

Os custos de estrutura totais aumentaram 3,3%, para 308,4 milhões de euros, tendo apenas os custos de estrutura recorrentes crescido 7,5%.

No final de março, a CGD contava com 6.033 trabalhadores em Portugal, numa rubrica que abrange o "perímetro doméstico total", menos 34 do que no trimestre anterior, e menos 212 em termos homólogos, enquanto a rede de agências se manteve em 512.

Nos próximos 3 a 4 anos a CGD prevê contratar 1.000 trabalhadores e que saiam menos do que têm saído nos últimos anos.

Questionado sobre a venda da atividade em Cabo verde, Paulo Macedo apontou que o banco central está a analisar operação e a colocar questões ao comprador.

Do outro lado do Atlântico, no Brasil, o presidente do banco disse que se mantém a intenção de alienar este banco e que a CGD gostaria de relançar o processo de venda, apesar da atual melhoria da operação.

A atual administração da CGD terminou o seu mandato em final de 2024.

A nova gestão do banco público para 2025-2028 tem de ser nomeada pelo Governo e é conhecido que o presidente executivo, Paulo Macedo, vai continuar. A eleição da nova equipa em assembleia-geral acontecerá após a aprovação final de todos os membros pelo Banco Central Europeu (BCE).

Hoje, Macedo disse que o processo de avaliação pelo supervisor ainda continua mas considerou que "não deve estar muito longe a sua conclusão".

"Fit-and-proper não está concluído, respondemos às questões [do supervisor], e entendemos que poderá não estar muito longe", detalhou.

[Notícia atualizada às 18h54]

Leia Também: Prémios por pagar na CGD? Situação "extremamente grave"

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