É nisto que os investidores chineses estão a apostar (a ritmo recorde)

Os investidores chineses estão a aplicar fundos em ouro a um ritmo recorde, face aos riscos de recessão e inflação suscitados pela guerra comercial com os Estados Unidos, avançou hoje o jornal britânico Financial Times.

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Lusa
30/04/2025 10:54 ‧ há 3 horas por Lusa

Economia

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Este mês, os fundos de índice (ETF) de ouro na China registaram entradas líquidas de 70 toneladas --- cerca de 7,4 mil milhões de dólares (6,5 mil milhões de euros) --- mais do dobro do recorde mensal anterior, segundo o World Gold Council (WGC), uma associação do setor, citada pelo jornal.

A participação da China nos ativos globais de ETF de ouro subiu para 6%, face a 3% no início do ano, com a procura chinesa a representar mais de metade das entradas globais recentes.

O preço do ouro aumentou 26% desde o final de 2024, atingindo máximos históricos acima dos 3.500 dólares (3.077 euros) por onça troy, antes de recuar para cerca de 3.300 dólares (2.901 euros). Na China, o preço local chegou a ultrapassar o valor internacional em 100 dólares (88 euros) por onça, refletindo a forte procura interna.

Esta vaga de compras decorre num contexto de controlo apertado sobre a saída de capitais, que limita as opções de investimento. Com o mercado imobiliário em crise e a bolsa a acumular perdas nos últimos anos, o ouro tornou-se uma alternativa atrativa para muitos investidores no país asiático.

A procura chinesa por ETF de ouro superou as entradas globais no primeiro trimestre de 2025, que totalizaram 226,5 toneladas --- o maior volume trimestral em três anos. Só nos primeiros 11 dias de abril, os ETF chineses absorveram 29,1 toneladas, ultrapassando as 23,5 toneladas de todo o primeiro trimestre, segundo dados do setor.

O WGC reviu em alta a sua previsão de investimento em ouro para este ano, aumentando-a em cerca de 160 toneladas face à estimativa anterior, publicada no final de 2024. A instabilidade política e económica, incluindo as tarifas de 145% impostas pelos EUA sobre produtos chineses, tem reforçado a atratividade do ouro como ativo de refúgio.

O aumento da procura levou a uma acumulação significativa de reservas em Nova Iorque no primeiro trimestre, provocando escassez em Londres, à medida que os comerciantes se apressaram a garantir fornecimentos antecipando novas tarifas. No entanto, a Casa Branca anunciou entretanto que as tarifas não se aplicarão ao ouro.

Leia Também: Air France-KLM reduz prejuízo para 249 milhões de euros no 1.º trimestre

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