No ano em que a marca "Capital do Móvel" faz 40 anos, Rita Pacheco referiu que prevê um crescimento "cada vez maior" dos mercados de exportação. "Efetivamente percebemos que o futuro é global", indicou, apontando que a internacionalização das empresas está "cada vez mais presente".
Em dezembro do ano passado, o principal mercado de exportação do setor do mobiliário nacional era França (32%), seguindo de Espanha (25%), Alemanha (6%) e Reino Unido (5%), de acordo com dados enviados pela Associação Empresarial de Paços de Ferreira (AEPF), com base no INE.
A entidade, que é multissetorial, está, em conjunto com outras entidades, como universidades e municípios, a dinamizar um centro tecnológico para este setor criado recentemente.
Segundo o vice-presidente da associação, Jorge Castro, um dos objetivos é fazer com o setor beneficie da popularidade de Portugal como destino turístico. Por isso, de 12 a 16 de junho, o 'cluster' do mobiliário vai até Lisboa para a 61ª edição da Capital do Móvel.
"Há uma coisa que nós queremos fazer e neste momento estamos a trabalhar nisto e esta edição de Lisboa", afirmou, apontando a ambição de fazer uma "Portuguese capital of furniture" (capital portuguesa do mobiliário).
Rita Pacheco, por sua vez, apontou questões relacionadas com a certificação de produtos e "passaportes digitais" que espera sejam agora resolvidas. "Efetivamente era uma lacuna que tínhamos", reconheceu.
Jorge Castro deu ainda conta dos desafios da agenda verde que está a ser implementada na Europa.
"De certa forma, isto vai ser extremamente exigente para a indústria", reconheceu, indicando que a associação está a promover e liderar este dossier para o mobiliário a nível nacional. Lembrou que o setor é composto na sua maioria por pequenas e médias empresas, que são quem enfrenta o maior desafio.
Rita Pacheco pediu ainda "maior celeridade" na análise de candidaturas ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e na execução do programa, indicando que para as empresas do setor "é pesado" todo o processo.
Com base em dados do INE, relativos a 2022, o setor contava a nível nacional 4.487 empresas de fabrico de mobiliário e de colchões. No concelho Paços de Ferreira são 736.
Quanto ao emprego, no final de 2022 havia, a nível nacional, 36.268 pessoas ao serviço e no concelho de Paços de Ferreira são 7.133 os trabalhadores do setor.
Leia Também: Confirmada multa de 50 mil € à TAP por informação "não verdadeira" à CMVM