Projeto de valorização do património subaquático do Arade. Que se sabe?

O projeto de investigação e valorização dos achados arqueológicos subaquáticos do Rio Arade, no Algarve, no montante de 3,4 milhões de euros, vai arrancar no final do ano, disse fonte do Centro Nacional de Arqueologia Náutica e Subaquática.

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© Reuters

Lusa
13/07/2025 22:03 ‧ há 2 dias por Lusa

Economia

Rio Arade

O compromisso de financiamento do 'Musa - Musealização dos Achados Arqueológicos do fundo do Rio Arade' foi aprovado na quarta-feira passada pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve, no âmbito do Programa Regional Algarve2030, e tem uma execução programada até ao final de 2027.

 

O Centro Nacional de Arqueologia Náutica e Subaquática (CNANS) assume um papel central na investigação, sendo responsável por fornecer o enquadramento científico e técnico aos trabalhos realizados no rio que banha os concelhos algarvios de Portimão, Lagoa e de Silves.

Em declarações à Lusa, o investigador e diretor do CNANS, José Bettencourt, disse que o projeto pretende "garantir que as descobertas sejam corretamente interpretadas, preservadas, valorizadas e apresentadas ao público".

Desde a década de 70 do século passado foram retirados do leito do Arade cerca de 3.000 objetos de várias tipologias que vão desde o período pré-histórico da idade do ferro até ao século 20.

Entre o espólio estão contentores cerâmicos utilizados para o transporte de cargas na antiguidade, artefactos do quotidiano a bordo, instrumentos de navegação e restos das embarcações em madeira, evidenciando a importância do rio como rota comercial e cultural ao longo dos séculos.

"O Musa tem duas componentes essenciais, uma de investigação dos vestígios que ainda estão no fundo do rio e outra de valorização, quer dos vestígios que foram sendo descobertos, quer daqueles que vão ser identificados e recuperados durante os trabalhos arqueológicos", referiu o investigador.

De acordo com José Bettencourt, o projeto reveste-se de "crucial importância", porque o cruzamento do património cultural subaquático do Arade já conhecido, "mostra que ele é único no país pela sua vasta diacronia".

"Temos um pouco de tudo aquilo que eram os quotidianos do passado ligado ao mar, mas também do comércio marítimo", realçou.

Segundo o investigador, o projeto deverá arrancar no último trimestre do ano com trabalhos de inspeção geofísica, seguindo-se o estudo dos objetos retirados, escavações e prospeções em áreas do rio que "estão identificadas e com elevado potencial, onde decorrerão trabalhos mais intensivos e sistemáticos".

José Bettencourt adiantou que o projeto vai "colocar à disposição dos investigadores os meios para que seja feito um trabalho arqueológico mais exaustivo e que nunca foi possível fazer".

Ao mesmo tempo, adiantou, "tem uma importância acrescida, ao permitir atuar com muita antecedência a eventuais obras portuárias, garantindo que não colidam, ou colidam o menos possível, com o património cultural subaquático, evitando erros do passado".

Além da investigação e preservação dos achados do rio Arade, o projeto prevê também a criação de espaços museológicos, físico e virtual, e uma reserva subaquática visitável, o que vai permitir ao público conhecer no local parte do património arqueológico submerso.

O projeto é promovido pelos municípios de Portimão e de Lagoa e Património Cultural e financiado por fundos comunitários, com o apoio do CNANS.

Segundo a CCDR/Algarve, o Musa terá um modelo de gestão sustentável e colaborativo, envolvendo fontes de financiamento diversificadas e parcerias estratégicas com várias entidades.

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